“Maria Joana da Piedade é uma mulher que não olha para trás quando o problema é prestar serviço de enfermagem aos moradores da Cabala, uma comuna do distrito urbano de Catete, município de Icolo e Bengo, muito distante da sua área de residência.
Quis o destino que a última janela de qualificação à fase final do Mundial FIBA 2019, sénior masculino, reúna em Abidjan, de 22 a 24 de Fevereiro, a nata de jogadores da “bola ao cesto” de África, para a disputa das duas vagas ainda em aberto. Angola, Nigéria e Tunísia estão apuradas à aludida competição, de 31 de Agosto a 15 de Setembro, na China, o primeiro da História com trinta e duas selecções.
A questão do momento e que tem criado alguma efervescência, própria de provas desta magnitude e cujo imbróglio é saber quem se juntará aos três países “ut supra”, tem um denominador comum, ou seja, o facto de a Costa do Marfim, a República Centro-Africana (RCA) e o Senegal ostentarem títulos de campeões continentais, sob pena de serem coarctados do Mundial FIBA 2019.
Seis países disputam a sexta e última janela, mormente a anfitriã Costa do Marfim, Mali, Senegal, Ruanda, RCA e a Nigéria, que cumpre apenas calendário. O cenário da peleja é o Palácio dos Desportos de Treichville, um recinto que já foi palco de vários campeonatos africanos, localizado nos arredores de Abidjan. Deste lote, apenas três estão habilitados às duas vagas: Costa do Marfim, Senegal e RCA.
Na projecção das incidências da competição, ressalta a ausência dos Camarões na última janela, que, de calculadora na mão, faz contas à vida na esperança de algum percalço dos seus mais directos concorrentes a uma das vagas, um cenário que recomenda prudência face ao actual quadro classificativo.
Feitas as contas, se os marfinenses vencerem todos os jogos com uma margem combinada de pelo menos 65 (mais de 294 pontos marcados), ou 66 pontos (se pontuarem abaixo dos 294), terminarão na segunda posi-ção do grupo F, o que lhes va-lerá o apuramento ou como os melhores terceiros.
Já a caminhada da República Centro-Africana (RCA) por uma vaga ao Mundial FIBA 2019 está marcada por rosas e espinhos, mas o talento, o espírito de combatividade e a humildade do grupo auguram sucesso. Tarefa hercúlea para os centro-africanos que tentam resgatar o cenário de glória nas lides da “bola ao cesto”, mormente em 1974 e 1987, anos em que se sagraram campeões africanos.
A campanha de qualificação da RCA foi marcada por altos e baixos, mas no essencial conseguiram uma posição mediana, que lhe permite partilhar com a Costa do Marfim o terceiro lugar do Grupo F, ambas com 13 pontos, mas para a concretização do sonho têm a obrigação de, no mínimo, terminarem como o melhor terceiro classificado dos grupos E e F.
Para tal, a RCA terá de vencer os três jogos por uma margem combinada de pelo menos 119 ou 120 pontos, dependendo do número de pontos marcados e sofridos.
O Senegal, outro dos pretendentes a uma vaga, começa a sua luta diante do Ruanda, doze anos depois da vitória de 93-58 no Afrobasket 2007. Os senegaleses ocupam o segundo lugar do Grupo F com 16 pontos e estão a uma vitória de garantirem um dos cinco ingressos disponíveis para as selecções africanas.
Para esta empreitada, o técnico do Senegal, Aboudramane Ndiaye, convocou alguns dos melhores jogadores, casos de Maurice Ndour, Mouhammad Faye e Xane D’Almeida.
Na primeira jornada, hoje, no Pavilhão de Trenchville, a Costa do Marfim enfrenta a Nigéria, às 20h00 locais, naquele que provavelmente será o jogo mais importante para as aspirações dos locais na compita rumo ao Mundial. No dia 23, medem forças com o Ruanda e fecham diante do Mali no dia 24. Ambas as partidas têm início às 20h00.
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