Política

Kundi Paihama nega ter roubado ao Estado

O antigo ministro da Defesa e ex-governador da província do Cunene, Kundi Paihama, declarou, em entrevista à TV Zimbo, nunca ter recebido dinheiro do extinto Banco Angolano de Negócios e Comércio (BANC), de que era sócio maioritário.

26/02/2019  Última atualização 17H17
Edições Novembro © Fotografia por: General Kundi Paihama

Na entrevista, divulgada no último domingo, o político garantiu que o dinheiro que possui conseguiu-o de forma honesta, salientando que nunca roubou nada do Estado. Kundi Paihama disse que já constituiu advogados e que um processo está em curso no tribunal para responsabilizar aqueles que o difamam de ter-se apropriado do dinheiro do Estado.
“Naquele banco (BANC), o dinheiro que tenho foi ganho de forma honesta. Nunca roubei nada... na altura que estava lá ...”, afirmou Kundi Paihama, para quem a maior riqueza é “ter as bases”, ou seja “terra e água” e não o banco, dinheiro, fato, gravata ou relógio bonito.
O Banco Angolano de Negócios e Comércio, declarado falido recentemente, teve como principal accionista Kundi Paihama, 74 anos, um general na reforma. A falência do BANC, detido em 80,70 por cento pelo general Kundi Paihama, foi decretada pelo Banco Nacional de Angola (BNA) a 29 de Janeiro passado. A Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas era o terceiro maior accionista, com 6,59 por cento do capital, na altura em que o general exercia o cargo de ministro da Defesa.
Como medida cautelar, o BNA ordenou o pagamento dos depósitos das entidades não relacionadas com o banco (accionistas e membros do conselho de administração), avaliados em mais de 13 mil milhões de kwanzas.
Em 2014, o BANC recorreu ao processo de facilidade de liquidez do BNA, determinada por um período máximo de 30 dias. No total, o BNA concedeu um financiamento de 23 mil milhões de kwanzas à extinta instituição financeira.
Em Março de 2018, com a publicação do aviso do BNA para que os bancos procedessem ao aumento de capital para 7,5 mil milhões de kwanzas, a situação do BANC agudizou-se. Os sócios tinham de injectar mais 3,3 mil milhões de kwanzas de capital e pagar o financiamento do BNA.
Três meses depois, com a conta do BANC junto da instituição supervisora praticamente a zero, e sem capacidade de pagamentos e de cumprir com as suas responsabilidades, o BNA interveio no banco.

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