Economia

Obras dos centros logísticos paradas por falta de verbas

As obras dos Centros Logísticos e Distribuição (CLOD) nas províncias de Cabinda e Cunene, que deviam ser concluídas em 2012, continuam paralisadas por falta de dinheiro, disse ao Jornal de Angola uma fonte do Ministério do Comércio.

06/04/2019  Última atualização 12H00
Edições Novembro © Fotografia por: Os projectos foram concebidos para melhorar o sistema de logística e de distribuição de produtos, sobretudo alimentares

Dos cinco CLOD previstos inicialmente, no quadro do Programa de Reestruturação do Sistema de Logística e de Distribuição de Produtos Essenciais à População (PRESILD), de acordo com a fonte, apenas um está em pleno funcionamento, encontrando-se dois com as obras paralisadas e o outro a funcionar a meio-gás.
Para a instalação dos CLOD foram seleccionadas as províncias de Luanda, Cabinda, Cunene e Cuanza-Sul. Datado de 2007, o PRESILD está na origem das redes de lojas Nosso Super e Poupa Lá.
De acordo com a fonte, as obras do CLOD de Cabinda, cujo grau de execução física anda à volta de 70 por cento, deviam culminar com quatro zonas comerciais (naves) separadas entre si e um armazém de mil metros quadrados.
Por falta de levantamento técnico e ausência de fiscalização da obra, prosseguiu a fonte, o Ministério do Co-mércio ainda não conseguiu aferir o grau de execução do CLOD do Cunene.
A fonte explicou ainda que o CLOD do Cuanza-Sul, construído na Quibala, com seis naves (cada uma com 2000 metros quadrados) e um edifício com quatro naves fechadas de 3100 metros quadrados, está em funcionamento parcial, desde 2015.
A província de Luanda, a maior praça comercial do país, foi contemplada com dois CLOD, localizados no Benfica e Viana. O primeiro entrou em funcionamento em 2014, mas o de Viana tem apenas a primeira fase concluída (com quatro naves equipadas).
"Falta ainda concluir a instalação dos equipamentos, concretizar a interligação com as redes públicas de água, saneamento e energia, fazer o acesso à estrada número 100 e finalizar a área comercial, entre outros aspectos", disse a fonte.

Formalização do comércio

O Ministério do Comércio, de acordo com a fonte, tem como meta, até 2022, trazer para o circuito oficial o chamado co-mércio informal, com vista a aumentar a competitivida-de do comércio interno e melhorar o aproveitamento das oportunidades nos mercados externos.
O ministro do Comércio, Joffre Van-Dúnem, na sua intervenção no encerramento do 12º Conselho Consultivo Alargado, na quarta-feira, reconheceu que a instituição deu passos significativos no reforço das competências dos governos provinciais.
Actualmente, disse o ministro do Comércio, as 18 províncias já imprimem os alvarás comerciais.
Nos próximos tempos, disse, vai continuar a contribuir para a geração de rique-za, actuando na satisfação das necessidades evolutivas do consumidor nacional e no aumento do bem-estar da população.
Outras apostas, referiu, prendem-se com o aumento da oferta de serviços susceptíveis de fomentar a concorrência e a actuação dos operadores privados num contexto de mercado livre, sem esquecer a defesa do consumidor.
No domínio do comércio externo e da relação com organismos multilaterais, Joffre Van-Dúnem disse que o país vai reforçar o programa de capacitação dos quadros para que estejam preparados para os grandes desafios da integração na Zona de Comércio Livre regional e continental.
"É importante começar a trabalhar para a criação de uma comissão nacional de negociações comerciais, uma estrutura única no país, que possa ser responsável pela definição de estratégias de negociação comercial no contexto bilateral e multilateral", frisou.