Economia

Exportação de congelados e enlatados está condicionada à certificação internacional

A obtenção da certificação internacional para a comercialização dos produtos do mar e derivados no exterior do país constitui um dos principais desafios do sector das Pescas, declarou hoje em Luanda, a ministra das Pescas e do Mar.

11/05/2019  Última atualização 07H02
Jaimagens/fotógrafo © Fotografia por: Angola quer a oportunidade de mostrar as suas potencialidades e capacidade da sua indústria transformadora no exterior

A obtenção da certificação internacional para a comercialização dos produtos do mar e derivados no exterior do país constitui um dos principais desafios do sector das Pescas, declarou a ministra das Pescas e do Mar.
Maria Antonieta Baptista, que falava à comunicação social na visita que efectuou à Feira Alimentícia, a decorrer até hoje, na Zona Económica Especial, disse que o Ministério das Pescas e do Mar está a “trabalhar afincadamente” para a obtenção da certificação internacional, condição para a exportação por Angola, sobretudo, de peixe congelado e enlatados, produzidos e transformados por fábricas nacionais de conserva de pescado.
A ministra das Pescas e do Mar disse que, uma fez concedida a certificação internacional, Angola vai ter a oportunidade de mostrar as suas potencialidades e a capacidade da indústria transformadora e de conservas do ramo piscatório.
A governante disse acreditar que a certificação internacional vai contribuir para desafogar a produção excedente e garantir que as fábricas de conserva de pescado contribuam para a diversificação da economia.
Para Maria Antonieta Baptista, a certificação internacional, quando for obtida, é o culminar de um processo de aceitação da indústria angolana de produtos do mar, resultante do facto de “haver já fábricas de conservas de congelados e de enlatados.”
A ideia, adiantou a ministra, é seguir o exemplo do sal, um produto que já é exportado para alguns países, cujos nomes a governante não mencionou.
A ministra salientou, por outro lado, que a recuperação do parque industrial da cidade do Tômbwa, referente ao sector das Pescas e do Mar, está condicionada à redefinição da cadeia de distribuição, a fim de garantir a credibilidade dos produtos. “São produtos de muito boa qualidade, mas esse ramo da industrialização é um processo que requer rigor na conservação do peixe, das conservas em lata e de ensacados.”

Fomento da aquicultura

A ministra das Pescas e do Mar deu ênfase à necessidade de Angola apostar na produção de ração, para garantir o fomento da aquicultura.
A governante alertou que a aquicultura no país está comprometida devido ao elevado custo com a importação de ração para os animais aquáticos criados em tanques.
A ministra adiantou que a falta de produção de ração, a escassez de divisas para a importação e o elevado custo contribuem para que a aquicultura não funcione como se pretende.
“A produção de ração para peixes, moluscos, crustáceos e algas, com ingredientes nacionais, apresenta-se como a medida mais eficaz para se ultrapassar esses constrangimentos”, defendeu a ministra Maria Antonieta Baptista.
A titular da pasta das Pescas e do Mar disse haver “muitas formas de produzir ração, sendo este, na sua opinião, o caminho que o país deve seguir.” O Ministério das Pescas e do Mar, de acordo com a governante, está a estudar a adopção de “medidas concretas e eficazes”, com base em experiências de vários países.
“A aquicultura está com um ligeiro comprometimento pela falta de ração, mas vamos tentar produzir um padrão com ingredientes nacionais, para que esteja garantido o seu fomento”, reafirmou a ministra Maria Antonieta Baptista, que reconheceu a necessidade de Angola “virar baterias para outros países com mais experiência.”
A Feira Alimentícia, organizada pelo Ministério da Indústria em parceria com a empresa Eventos Arena, é realizada anualmente. Na presente edição, estão mais de 60 expositores, entre nacionais e estrangeiros, dos ramos da indústria alimentar, bebidas, distribuição e logística.
A feira registou no seu primeiro dia, quarta-feira, a presença de 2.750 visitantes, informou, na quinta-feira, ao Jornal de Angola, a chefe de Departamento Comercial da Eventos Arena, Joseth Mirandela.
Na quinta-feira, registou-se um movimento frenético de empresários a trocarem impressões nos stands montados na Feira Alimentícia, que recebeu, no mesmo dia, centenas de alunos, que aproveitaram a pausa pedagógica para se deslocarem à Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo.
A Feira Alimentícia, que termina às 18 horas de hoje, abre as portas às 10 horas e cobra aos visitantes mil kwanzas para terem acesso ao espaço onde decorre o evento.

 

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