Economia

Produção de ovos na Huíla decai para baixo de metade

A produção de ovos na Huíla baixou de 99.200 unidades diárias para 35.000, o correspondente a quase um terço da capacidade instalada, deu a conhecer na segunda-feira, no Lubango, o chefe de Departamento de Pecuária naquela província

05/06/2019  Última atualização 12H16
DR © Fotografia por: Apesar das dificuldades, avicultores consideram rentável o negócio de produção de ovos

Samo Daniel, citado pela Angop, afirmou que a situação acontece numa altura em que aumenta o interesse pelo negócio. "Apesar das dificuldades, crescem na província os sinais de intenção na produção de frango para produção de ovos e abate" salientou.
Na província da Huíla, de acordo com o responsável, existem oito aviários, sendo dois na Humpata e seis no Lubango, com uma capacidade global para 124.000 galinhas. Devido à crise financeira que o país atravessa, prosseguiu, a produção é assegurada hoje por apenas 58.030 aves poedeiras.
Ao Departamento de Pecuária na Huíla, segundo Samo Daniel, chegam muitas manifestações de jovens interessados em entrar no negócio e que só não conseguem materializar os projectos por dificuldades de acesso a créditos bancários. "É necessário que os bancos comerciais financiem esses projectos, já que as unidades de produção de ovos existentes na província funcionam com fundos próprios. “Como instituição reguladora da Pecuária na província gostaríamos que mais interessados, mais empreendedores enveredassem pela produção de frangos e ovos, com vista a diminuir as importações”, disse.
O Departamento de Pecuária na província, de acordo com Samo Daniel, tem prestado assistência técnica aos avicultores, fazendo deslocar periodicamente os seus técnicos para os aviários, para trabalhos de diagnóstico de doenças, desparazitação das aves e aconselhamento.
Em relação às vacinas, referiu, ainda são adquiridas no mercado pelos produtores, com fundos próprios, numa altura em que a instituição, através do Instituto de Investigação Veterinária, já começa a produzir a vacina “New-Castel”, que previne contra a principal peste que afecta as galinhas domésticas.
Avicultores ouvidos pela Angop consideram que a actividade é rentável, apesar de apresentar riscos. Adaylson Nogueira, proprietário do aviário “Renascer”, localizado no município do Lubango, no Quilómetro 12, disse ter o aviário concluído há dois anos, com capacidade para dez mil poedeiras para a produção de ovos e frangos para abate, mas que, por razões financeiras, só entrou em produção em Janeiro do ano passado.
Ainda assim, segundo o empresário, a unidade está a produzir apenas 2.200 ovos por dia, cerca de 70 por cento da capacidade instalada.Miguel Kalandula António, outro produtor ouvido pela Angop, disse que no seu aviário, localizado na comuna da Palanca, município da Humpata, apesar de possuir uma capacidade para 6.000 aves, apenas 5.000 asseguram a produção.
Na fazenda, prosseguiu, são produzidos diariamente 3.200 ovos, que são comercializados em cartões de 30 unidades no valor 1.200 kwanzas.
O grosso dos avicultores auscultado pela Angop afir-ma estar a encontrar “muitas” dificuldades na aquisição de divisas para impor-tação de ração e pintos de raça melhorada.
No mercado local, o que conseguem em termos de ração, dizem os avicultores, é mais o milho, que, entretanto, carece de outros produtos para a produção de alimentação para aves.
Com a proibição da importação do milho, o produto no mercado local começa a escassear e, consequentemente, a subir de preço, o que encarece ainda mais os custos de produção, disse o avicultor Miguel Kalandula António.
Para a aquisição de vacinas, disse, a sua empresa recorre habitualmente a Luanda e Namíbia, já que o laboratório local apenas este ano retomou a produção, circunscrita, no entanto, à chamada “New Castle”, mais usada na prevenção de doenças em galinhas gentias.

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