Economia

Christine Lagarde aceita nomeação para o BCE

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, declarou estar “muito honrada por ter sido indicada para a presidência” do Banco Central Europeu (BCE) e que vai deixar o cargo no organismo multilateral.

04/07/2019  Última atualização 10H15
DR © Fotografia por: Directora-geral suspende temporariamente mandato no FMI


Os principais postos da direcção da União Europeia foram preenchidos terça-feira com a indicação de duas mulheres para cargos cruciais: a ministra alemã Ursula von der Leyen para liderar a Comissão e a francesa Lagarde para o BCE, substituindo o italiano Mario Draghi.
“Honra-me ter sido no-meada para presidência do Banco Central Europeu”, disse Christine Lagarde num comunicado, acrescentando que, nessas circunstâncias, decidiu deixar as funções de directora-geral do FMI durante o período de nomeação.
Christine Lagarde, de 63 anos, deixa o cargo dois anos antes do final do seu segundo mandato de cinco anos à frente do FMI. O fundo anunciou terça-feira que a francesa será substituída interinamente pelo número dois da entidade, o norte-americano David Lipton, director-geral adjunto da instituição desde Setembro de 2011.
“Aceitamos a decisão da senhora Christine Lagarde de renunciar temporariamente as suas responsabilidades no FMI durante o período de nomeação (para a presidência do BCE). Confiamos plenamente em David Lipton”, declarou a instituição num comunicado.
A indicação de Christine Lagarde suscitou elogios pelo seu papel na liderança da instituição depois da crise financeira global. “Foi uma tremenda embaixadora do fundo, uma grande vendedora, uma excelente comunicadora”, disse Mark Sobel, um ex-funcionário do Tesouro norte-americano e presidente do Fórum de Instituições Monetárias e Financeiras Oficiais.
Mark Sobel disse à AFP que Christine Lagarde tem experiência em política monetária, apesar de nunca ter dirigido um banco central e, como o presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Jerome Powell, não é economista.
O segundo mandato no cargo coincidiu com a tomada de posse do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e uma onda de confrontos entre as principais economias sobre o comércio, que a ex-ministra das Finanças francesa descreveu como a principal ameaça para a economia mundial.

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