Economia

BPI vai alargar prazo de exposição ao BFA

O presidente do banco português BPI reafirmou ontem que a instituição ainda vai “demorar tempo” a reduzir a sua participação no angolano BFA, como quer o Banco Central Europeu (BCE), uma vez que aguarda o momento certo para o fazer.

30/07/2019  Última atualização 08H12
DR © Fotografia por: BFA “continua a correr bem”, declara gestor do accionista

“Fazer uma venda bem feita não é fácil, requer tempo e felizmente não temos data limite para vender. Estamos à espera do momento certo para fazer uma redução da participação que seja boa para o banco BFA e boa para o banco BPI”, disse Pablo Forero, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro semestre, quando registou lucros de 134,5 milhões de euros.
Segundo o gestor, o BCE conhece o estado do processo e sabe que demorará tempo.
“É mais importante fazer as coisas bem do que rapidamente, vai demorar tempo”, acrescentou.
O BPI tem 48,1 por cento do BFA desde o início de 2017, quando vendeu 2,0 por cento do banco angolano à operadora Unitel (controlada por Isabel dos Santos), no quadro de uma imposição do BCE, que considera que a supervisão angolana não é equivalente à europeia. Contudo, desde então, mantém-se a recomendação de Frankfurt (onde está sediado o BCE) para o BPI reforçar a diminuição da exposição a Angola.
O BPI deixou assim de ser o accionista maioritário do BFA, detendo agora uma participação de 48 por cento no Banco de Fomento Angola (BFA), e passou a contabilizar nas contas apenas os dividendos que recebe (e não a participação).
Ainda sobre o BFA, Forero disse ontem que “o banco continua a correr muito bem, continua a ser o maior banco de Angola” e destacou o elevado rácio de capital (59 por cento) e malparado (5,0).