Economia

Candidata europeia tem caminho aberto à eleição

A directora-executiva do Banco Mundial, a búlgara Kristalina Georgieva, pode assumir a liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI) depois da remoção, na quarta-feira, do último obstáculo à sua eleição, com a recomendação do Conselho Executivo desta última instituição para que o limite de idade seja afastado dos estatutos.

24/08/2019  Última atualização 06H51
DR © Fotografia por: FMI altera estatutos para poder eleger Kristalina Georgieva

 

“O Conselho Executivo recomendou que o Conselho de Governadores do FMI aprove a remoção do limite de idade que actualmente se aplica ao cargo de director-geral”, lê-se no comunicado divulgado na página da instituição. Os estatutos da organização impediam, desde 1951, a nomeação de um candidato com 65 anos ou mais e a permanência no cargo para além dos 70 anos de idade.
Na nota, o Conselho Executivo lembra que, “ao eliminar o limite de idade, alinha os termos da nomeação do director-geral com os dos membros do Conselho Executivo e os do Presidente do Banco Mundial, que não estão sujeitos a limite de idade.” O Conselho de Governadores do FMI representa os 189 países membros.
Para alterar os estatutos é necessária uma maioria simples e a participação mínima exigida é de dois terços do total do poder de voto entre os governadores. O comunicado indica que a votação está agendada para o período entre 21 de Agosto e 4 de Setembro.
 
À medida de Georgieva
A proposta agora avançada pelo Conselho Executivo do FMI é feita à medida da candidata apoiada pela União Europeia. Kristalina Georgieva é uma respeitada economista e já esteve à frente do Banco Mundial onde exercia agora o cargo de directora-executiva.
A antiga vice-presidente da Comissão Europeia, com as pastas do orçamento e recursos humanos, completou 66 anos no passado dia 13 de Agosto, ficando impedida, pelas regras actuais, de substituir Christine Lagarde no FMI, que vai assumir em Novembro a liderança do Banco Central Europeu.
Depois de ganhar a corrida, o limite de idade era a última barreira para que Georgieva assumisse o cargo.

Regra informal contestada
As lideranças das grandes instituições internacionais obedecem a uma regra (informal) que divide os cargos entre os Estados Unidos e a Europa. Uma vez que o Banco Mundial já está sob liderança dos EUA, à Europa cabe agora a direcção do FMI. É uma regra há muito contestada pelos países africanos e asiáticos que tradicionalmente ficam excluídos.