“Maria Joana da Piedade é uma mulher que não olha para trás quando o problema é prestar serviço de enfermagem aos moradores da Cabala, uma comuna do distrito urbano de Catete, município de Icolo e Bengo, muito distante da sua área de residência.
O aumento de peso em excesso é um dos fenómenos que mais se observa no mundo dito desenvolvido. Aí, uma vaca ou um porco tem direito a uma ração proteínica de alto valor que nem uma criança do mundo em desenvolvimento sonha vir a ter acesso. E o pior, o maior crime, é que essa ração é produzida quase na totalidade nestes países chamados pobres.
O fenómeno do peso excessivo deve-se, maioritariamente, aos novos padrões de vida saídos da Segunda Guerra Mundial com comidas e bebidas industrializadas e ao desenvolvimento das novas tecnologias que amarraram as pessoas às poltronas e aos televisores, gerando uma vida sedentária a todos os níveis. O advento dos computadores caseiros, dos telemóveis e afins, veio sobremaneira escravizar as gerações sequentes, emagrecendo-as na mente e engordando-as no corpo, muito embora alguns desejam apresentar nessa conversa o factor hereditário. Segundo os entendidos, uma das novas variantes descobertas está no gene que faz a codificação para um receptor de proteína que responde a sinais vindos do estômago e influencia no nível de insulina e no metabolismo.
Tudo isto vem a propósito de hoje ter relembrado dois amigos já partidos, os enormes Lúcio Lara e Paulo Teixeira Jorge este último num jocoso comentário sobre o que ele achou ser o meu engordecer, quando lhe contava uma anedota referente a dois psicanalistas que, ao cruzarem-se no corredor do hospital onde prestavam serviço, cumprimentaram-se.
“Bom dia, colega”, disse um enquanto continuava o seu caminho.
O cumprimentado, que igualmente não parara, já no fim do corredor vira a cabeça para trás e, pensativo, diz:
“Hum, o que ele quererá dizer com isso?”
Já lá vão uns bons anos, aquando da justa homenagem rendida ao nosso Lúcio Lara, o meu amigo Paulo Jorge, cujo humor estava sempre desembainhado, olhando para mim disse:
“Toma cuidado pois estás a emagrecer ao contrário”.
“Hum, o que quererá ele dizer com isso?”, foi o que me veio à mente.
Olhei-me no espelho o melhor que pude e tentei ver o meu emagrecimento ao contrário, só poderia ser por dentro, ou não? Mas se emagreço por dentro, será que estou a engordecer por fora ou estarei a engordecer por dentro.
Tempos depois, um outro amigo volta-se para mim a anuncia:
“Fragata, estás a engordecer muito”.
A Dipanda, com a decadência lógica da língua do então colono trouxe-nos, felizmente, termos que eu chamaria iconoclastas pela sua coloração e génio, nos saltam logo à vista como os mais lógicos. A música que deles emana não só é um bálsamo para o ouvido, como um convite a uma reflexão sobre a sua adopção e integração no léxico angolense.
Digam em voz alta a vós próprios:
EN-GOR-DAR!...
Depois repitam:
EN-GOR-DE-CER.
Com toda a franqueza, há hipótese de dúvida? Entre o engordar e o engordecer, vai toda uma maneira de estar na vida, enfim, toda uma filosofia gastronómica.
Quem engorda é o javardo, o porco, o suíno, porque posto na engorda ou o cão quando hereticamente capam o desgraçado.
O ser humano, EN-GOR-DE-CE! Com elegância, com fineza, com muitas calorias e porcarias, tudo fazendo para ter um anafado colesterol.
É fácil de ver que o antónimo de engordar nunca seria desengordar ou, o Paulo Jorge que me perdoe, engordar ao contrário. Se há emagrecer, é porque pela lógica natural das coisas, terá que haver, como antípoda fonética, engordecer, sem apelo nem agravo e ponto final.
E a engordecer estão quase todos os que vão, ou iam, para as sofridas caminhadas na Marginal sobretudo aqueles que se embrulham em celofane, pensando que, quanto mais transpiram mais estão a emagrecer. Estão unicamente a perder água que, logo após à maldita estafa, é substituída por duas boas doses de gin-tónico, como manda a lei.
Sem desejar passar por transformador, permito-me salientar e caros leitores, fiquem a saber, que efectivamente é engordecer e não engordar. Até porque engordar fere a nossa sensibilidade auditiva como bons apreciadores de música, ao passo que engordecer é toda uma sinfonia wagneriana, embora não goste muito de usar tal termo, porque a única coisa de wagneriano que conhecemos, são as dificuldades.
Quem engordece, e por isso vai para a Marginal, também emagrece.
Se emagreci, lógico será, é porque, primeiro, engordeci. Cogito ergo sum!
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