Sociedade

Mortalidade materna na África Subsaariana é 50 vezes superior do que nos países desenvolvidos

Os níveis de mortalidade materna na África Subsaariana são quase 50 vezes superiores e dos recém-nascidos dez vezes maior do que nos países desenvolvidos, revela hoje um estudo de instituições da ONU.

20/09/2019  Última atualização 08H21
DR © Fotografia por: De acordo com o estudo, uma em cada 137 mulheres na África Subsaariana correm o risco de morrer

O estudo, liderado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), aponta que em 2018, uma em cada 13 crianças na África Subsaariana morreu antes de atingir os cinco anos, o que é 15 vezes superior ao risco existente na Europa, onde as estatísticas referem a morte de uma em cada 196.

De acordo com a pesquisa, uma em cada 137 mulheres na África Subsaariana corre o risco de morrer, enquanto na Europa, a estatística indica uma em cada 6.500.

A África Subsaariana e o Sudeste Asiático representam cerca de 80 por cento das mortes de grávidas e de crianças. Apesar de tudo, lê-se no documento, registaram-se “progressos substanciais” na redução da morte de mulheres grávidas, de recém-nascidos e de crianças até aos cinco anos.

Desde 1990, houve uma redução de 56 por cento nas mortes de crianças menores de 15 anos, passando de 14,2 milhões para 6,2 milhões em 2018.

Os países do leste e sul da Ásia registaram os maiores avanços na questão, tendo reduzido quase 80 por cento das mortes de crianças com menos de cinco anos. De 2000 a 2017, realça o estudo, o rácio da mortalidade materna no mundo diminuiu 38 por cento, contando com o sul asiático, onde a redução atingiu os 60 por cento.

Timor-Leste, Bangladesh, Bielorrússia, Camboja, Cazaquistão, Malaui, Marrocos, Mongólia, Ruanda e Zâmbia são alguns dos países que mostraram “progressos substanciais” na redução da taxa de mortalidade materno-infantil.

Este sucesso, lê-se no estudo, deveu-se sobretudo a uma “vontade política” para melhorar o acesso aos serviços de saúde, com o investimento na área sanitária, introduzindo, entre outras, apoios gratuitos a grávidas e crianças com menos de cinco anos, bem como o desenvolvimento do planeamento familiar.