Economia

“BODIVA tem condições para mercado de acções”

A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) tem todas as condições regulatórias e tecnológicas para ter o mercado de acções em pleno funcionamento, garantiu o administrador executivo Akiules Neto.

07/10/2019  Última atualização 11H06
Dr © Fotografia por: Akiules Neto garante que BODIVA está à altura dos desafios

Em declarações ao Jornal de Angola, à margem da 2ª edição da Feira do Investidor, realizada pela Comissão do Mercado de Capitais, entre os dias 3 e 5 deste mês, Akiules Neto referiu que a estratégia que a Bolsa desenhou foi de começar com os títulos do Estado, passar para os títulos corporativos, unidades de participação e por fim as acções e derivados.
“Estamos neste momento na fase de ter disponíveis o segmento de acções na Bolsa, que por sua vez, com o programa de privatizações aprovado pelo Executivo, começa a ganhar forma”, salientou.
Questionado sobre quando isso deve ocorrer, o administrador executivo da BODIVA, uma sociedade de capitais exclusivamente públicos, criada através do Decreto Presidencial nº 97/14, de 7 de Maio, disse que “mais importante do que o tempo é o que está a ser feito”.
“Está em curso, neste momento, o programa das privatizações, e a Bolsa por si só, também, tem um leque de empresas privadas que estão no processo de preparação para admissão. Quando, não consigo dizer. Cada caso é um caso, e cada caso precisa ser acompanhado com a devida atenção, e todo o tempo que levarmos é muito importante porque as empresas, normalmente, apresentam alguns riscos e não é nossa intenção passar esses riscos para o mercado”, sublinhou.
Akiules Neto referiu que as condições macroeconómicas do mercado não são as melhores. Ainda assim, garantiu, “vamos tentar transformar esses desafios em oportunidades”.
“Temos que ter alguma cautela e prepararmos muito bem”, salientou, acrescentando que “a Bolsa só tem três anitos. Vamos com calma, vamos fazer bem”.
Akiules Neto indicou que, por enquanto, o ambiente de negócios e os indicadores macroeconómicos são desafiantes. Como exemplo apontou a taxa de referência, que ainda é alta, o acesso a divisas, que também ainda tem restrições.
“Existem aspectos que precisam ser melhorados e não temos como avançar com um prazo quando existem elementos que não dependem do avanço da Bolsa, mas sim dos outros intervenientes do mercado”, afirmou.
O administrador executivo da BODIVA explicou que um dos principais objectivos é tornar mais acessível os instrumentos que são admitidos na Bolsa. “Começamos por tornar possível que qualquer pessoa consiga investir, por exemplo, neste momento, em Obrigações do Tesouro e Bilhetes do Tesouro. Qualquer pessoa interessada consegue, neste momento, a partir do computador, materializar as suas intenções de investimento”, salientou.
Semelhante ao que se fez ai, sublinhou, à medida que forem surgindo empresas, vamos também despoletar acções no sentido de tornar mais acessível para todo o mundo e, obviamente, um processo de colocação em Bolsa pressupõe também, normalmente, uma parte destinada ao retalho, para qualquer investidor, para o público em geral.
Explicou que, neste momento, estão disponíveis na Bolsa, além dos Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro não reajustáveis em kwanza e Obrigações do Tesouro indexadas ao dólar, Obrigações Corporativas e Unidades de Participações de Fundos. Na Feira do Investidor, que encerrou no sábado, Akiules Neto interagiu com estudantes e outros visitantes sobre a importância da Bolsa e o mercado de capitais. Foi realizada a Semana Mundial do Investidor, que ocorre em todo o mundo.
A iniciativa é promovida pela Organização Internacional das Comissões de Valores (IOSCO) e tem como meta sensibilizar e aumentar a importância e protecção do investidor na sociedade.
Durante o evento, que teve a participação dos principais bancos que operam no país, foram realizadas palestras, debate e actividades lúdicas, com o objectivo de aumentar o grau de conhecimento dos visitantes sobre o Mercado de Valores Mobiliários.

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