Sociedade

Apenas 15% dos resíduos sólidos no país são reutilizados

O nível de aproveitamento dos resíduos sólidos no país está ainda muito aquém das expectativas, rondando actualmente os 15 por cento, quando o ideal seria 99 por cento deste material reciclado, admitiu ontem, em Luanda, o secretário de Estado para o Ambiente.

29/10/2019  Última atualização 08H56
João Gomes | Edições Novembro © Fotografia por: Resíduos sólidos continuam a ser uma preocupação do Ministério do Ambiente

Falando à imprensa a propósito do lançamento da 7ª Edição da Feira Internacional de Tecnologias Ambientais, “Ambiente-Angola 2020”, Joaquim Manuel disse que estes níveis podem ser ultrapassados com o aumento da economia circular, que consiste na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de matérias e energia.
“Este tipo de economia deve ser real e funcional na nossa sociedade, através de quem vai catar os resíduos e quem paga a catação, o que só não acontece pela condicionante financeira”, esclareceu, para quem a ideia é que os catadores tenham uma actividade liberal e que quem de direito crie os pontos de entrega, pesagem e pagamento.
O governante disse que há outra possibilidade, que passa pela queimada de resíduos sólidos para a produção de cimento e energia, referindo que tal método faz parte de um seguimento mais empresarial, que necessitar de um investimento para começar a actividade, que inicia no próximo ano.
De acordo com Joaquim Manuel, a feira Ambiente-Angola tem servido, para o Ministério do Ambiente, como base do fomento e de incentivo à gestão ambiental social e empresarial, com exposições de ideias, projectos, alternativos ambientalmente viáveis, assim como a possibilidade de negociação de diversos produtos.
O secretário de Estado para o Ambi-ente explicou, por outro lado, que ameaça à sobrevivência humana em face da degradação do património natural, a extinção das espécies da fauna e flora, e o aquecimento global fizeram com que as questões ambientais ocupassem lugar de destaque nos debates internacionais. Acrescentou que também permitiu a busca do asseguramento de uma vida saudável, através do uso sustentável de recursos naturais.
Para o governante, as tecnologias e técnicas ambientais tem incentivando a aplicação da economia circular, que assenta na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais, e energia, substituindo o conceito de fim de vida da economia linear.
Joaquim Manuel defendeu a necessidade de se empreender esforços no sentido de promover uma maior capacidade de realização de actos e práticas de prevenção, auditoria e de responsabilização geral dos principais actos da actividade transversal do Ministério do Ambiente.
Segundo o responsável, o licenciamento e a fiscalização ambiental tem sido os maiores instrumentos utilizados por aquele órgão na implementação da gestão ambiental em todo território nacional, no controlo de todas as actividades danosas.
Disse que sendo o sector do Ambiente transversal, está em constante reestruturação para adaptar-se aos novos desafios que permitem a mitigação, prevenção e monitorização ambiental, com vista ao desenvolvimento da economia em equilíbrio com o ambiente.
O governante augurou que a 7ª edição da feira “Ambiente-Angola” seja uma verdadeira parceira de educação ambiental para a disseminação do conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar à preservação e utilização sustentável dos recursos naturais.
A 7ª edição da feira, prevista para Junho de 2020, irá decorrer sob o lema “Promover a economia circular em todos os sectores da vida nacional” e espera, num espaço de dois mil metros quadrados, reunir mais de 150 expositores, entre nacionais e internacionais. Durante os quatro dias serão administradas mais de 30 comunicações, com temáticas ligadas ao ambiente.

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