Economia

Banco de Portugal apoia medidas do BNA

O governador do Banco de Portugal (BdP)manifestou apoio à evolução recente da reforma cambial conduzida pelo Banco Nacional de Angola (BNA). O responsável intervinha, quarta-feira, numa palestra sobre o “Banco Central Europeu e a Zona Euro”, realizada, em Luanda, com a participação de docentes e estudantes das faculdades de Economia e Direito, da Universidade Agostinho Neto.

01/11/2019  Última atualização 14H46
Carlos Costa afirma que liberalização do câmbio, facilita investimento

Carlos Costa considerou que a decisão tomada pelo BNA, na última sexta-feira, deixando o kwanza flutuar com a eliminação do limite de 2 por cento sobre a taxa de câmbio de referência, está à medida dos desafios de Angola.
O governador do Banco de Portugal referiu que a liberalização da taxa de câmbio pode impulsionar o crescimento económico, através do estímulo ao investimento.
“Dadas as características específicas dos bens comercializáveis com o exterior, uma taxa de câmbio depreciada aumenta os investimentos e, em consequência, o crescimento económico nas economias que utilizam tal instrumento”, adiantou Carlos Costa, para acrescentar que, dessa forma, uma depreciação pode contribuir para gerar mais empregos e investimentos, devido ao aumento da capacidade instalada, resultante de maiores exportações.
“Se isso ocorrer, a economia pode ingressar num padrão de crescimento liderado pelos investimentos”, prosseguiu Carlos Costa, que há dez anos lidera o banco central português.
Instou as autoridades angolanas a continuarem a criar canais de investimento e apostar na exportação de produtos não tradicionais, como caminho para acelerar a estabilização da economia, notando que as políticas cambiais podem ser um instrumento impulsionador do crescimento económico, já que vão determinar o investimento.
O BNA?decidiu, há uma semana, numa reunião extraordinária do Comité de Política Monetária, liberalizar a taxa de câmbio, abrindo caminho para as transacções livres da moeda no mercado, numa lógica de procura e oferta.
Na sequência, foi eliminada pelo Banco Central a margem de 2 por cento em vigor desde Janeiro do ano passado nos leilões de divisas para os bancos comerciais.

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