Economia

BFA eleva contribuição no resultado da holding

O banco de capital espanhol BPI anunciou hoje uma queda homóloga dos lucros de 52 por cento nos primeiros nove meses do ano, para 253,6 milhões de euros, apesar da sua operação angolana, o BFA tem elevado a participação nos resultados para 86,4 milhões.

04/11/2019  Última atualização 21H40
DR © Fotografia por: Presidente executivo do BPI afirma não haver pressa para reduzir exposição do banco a Angola

A contribuição do BFA é marcada pela alteração da classificação contabilística no final de 2018, com o que o resultado consolidado passou, a partir de 2019, a reflectir os dividendos do banco angolano atribuídos ao BPI, quando anteriormente reflectia a apropriação de resultados do BFA por equivalência patrimonial.
A operação em Portugal contribuiu para os resultados dos três primeiros trimestres do ano com um lucro de 152,8 milhões de euros, uma diminuição de 7,00 por cento face ao registado no mesmo período do ano passado.
Segundo o banco, esta redução é “explicada por imparidades de 11 milhões de euros em unidades de participação que o banco tem há alguns anos em fundos de recuperação, subscritas por contrapartida da cedência de créditos àqueles fundos.”
Por sua vez, o Banco Comercial e de Investimentos (BCI) de Moçambique, no qual o BPI detém uma participação de 37,67 por cento, “gerou um contributo positivo de 14,5 milhões de euros nos nove primeiros meses de 2019”, pode, também, se ler no comunicado em que a holding ibérica releva os resultados consolidados dos três primeiros trimestres.
O BPI tem 48,1 por cento do BFA desde o início de 2017, quando vendeu 2,00 por cento do capital ao operador de telecomunicações Unitel, mas tem uma recomendação do Banco Central Europeu para reduzir ainda mais a sua operação no mercado angolano, considerada uma exposição a um mercado menos regulado.

Relatório e contas

O relatório e contas do BFA relativo a 2018, consultado hoje pelo Jornal de Angola, aponta para um crescimento do resultado de 152,2 por cento face ao ano anterior, para 105.154 milhões de kwanzas, ao mesmo tempo que uma expansão da carteira de crédito de 60 por cento, para 317.397,7 milhões de kwanzas.
O documento reporta um crescimento da carteira de activos de 18 por cento, para 1.703.728 milhões de kwanzas, assim como um aumento de cerca de 9,00 por cento do numero de clientes, atingindo um total de 1.896.159.
O banco afirma no relatório ter sido, em 2018, líder nas contas Bankita, numa estratégia firme de promoção da inclusão financeira em Angola, declarando, ainda, o aumento em 16,5 por cento do número de cartões multicaixa emitidos, o que corresponde a uma quota de mercado de 24,46 por cento.
Revela, entretanto, uma redução dos recursos de clientes em decorrência do contexto de crise económica e restrições cambiais, ao mesmo tempo que uma quota de mercado de 13,03 por cento e segunda posição no ranking de recursos de clientes no que respeita aos bancos privados.

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