Economia

Mulheres empreendedoras com problemas de liquidez

A secretária-geral da Federação de Mulheres Empreendedoras de Angola (FMEA), Henriqueta de Carvalho, reconheceu, em entrevista ao Jornal de Angola, que algumas associadas atravessam sérios problemas de liquidez devido à situação económica e financeira que o país atravessa.

15/11/2019  Última atualização 07H18
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Henriqueta de Carvalho referiu que há casos de associadas que, devido aos baixos rendimentos das empresas e aos tributos regulares que pagam ao Estado, foram obrigadas a passar para a informalidade para poderem sobreviver face à precariedade nas vendas.
Adiantou que o mercado de consumo reduziu drasticamente, com a agravante de muitos produtos que serviam de matéria-prima terem os seus preços especulados com a implementação do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).”
Informou que a FMEA é um conjunto de associações compostas por micro, pequenas e médias empresas, em todas as áreas, desde a construção civil ao comércio. E todas as associadas se deparam com a falta de investimentos e quebra do mercado de consumo.
Referiu que a desvalorização do kwanza face ao dólar norte-americano aumenta o fosso na aquisição de bens e serviços.
“Na verdade, acreditamos que deveria haver mais consciencialização e sensibilização sobre o IVA, porque alguns agentes aproveitam-se do sistema precário de fiscalização para especularem os preços e tem efeito dominó, porque quem compra um produto a um preço alto terá que acrescer mais alguns dígitos para lucrar”, disse.
Acrecentou que muitas empresas dependiam da importação de matérias-primas e dos produtos que comercializam. Hoje, disse, com a dificuldade de aquisição de divisas, o mercado está virado para a produção local, mas ainda não satisfaz a procura.
Henriqueta de Carvalho referiu que o país está numa nova fase, de criar condições internas, para impulsionar a produção local e este processo de ajustamento da política do Estado tem obrigado a que os empresários se reinventem na nova abordagem do mercado, que perdeu o poder de compra.

Formação dos associados

Com representação em todo o país e cerca de 4 mil associadas, a FMEA tem levado ao conhecimento das filiadas acções de mobilização e consciencialização para adesão aos projectos governamentais, direccionados ao empresariado nacional, como o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (Prodesi) e o Plano de Acção e Promoção da Empregabilidade (PAPE), que tem como objectivo reduzir a taxa de desemprego, combater a pobreza, a vulnerabilidade e fazer a economia crescer.