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Nova Comissão Europeia iniciou ontem as funções

Quatro dias depois de ter recebido finalmente o voto favorável do Parlamento Europeu, o novo Executivo comunitário iniciou, ontem, o mandato de cinco anos, no mesmo dia em que se celebrou o décimo aniversário da entrada em vigor do Tratado de Lisboa, assinado em Lisboa em Dezembro de 2007, durante a anterior Presidência portuguesa da União Europeia.

02/12/2019  Última atualização 09H34
DR © Fotografia por: Nova presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, à direita durante a cerimónia

No curto evento, que decorreu na Casa da História Europeia, na capital da União Europeia, participaram o novo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que também iniciou o mandato, o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, e a nova presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.
Hoje, Ursula Von der Leyen ruma a Madrid e discursa na sessão inaugural da Conferência da ONU sobre o Clima, e na quarta-feira presidirá, em Bruxelas, à primeira reunião do colégio de comissários, dando de seguida uma conferência de imprensa na sede da Comissão Europeia.
A “Comissão Von der Leyen”, que sucede à “Comissão Juncker”, deveria ter iniciado funções em 1 de Outubro, mas o “chumbo” de três comissários designados pelo Parlamento Europeu provocou um atraso de um mês no processo, que ficou concluído, finalmente, na passada quarta-feira, com a assembleia a aprovar, em Estrasburgo, o conjunto do colégio, com 461 votos a favor, 157 contra e 89 abstenções, num total de 707 votos expressos.

Tratado de Lisboa
A presidente da nova Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, comentou, ontem, em Bruxelas, que “não poderia haver melhor dia para começar a trabalhar” do que no décimo aniversário da entrada em vigor do Tratado de Lisboa.
“Penso que não poderia haver melhor dia para começar o trabalho do que este aniversário. Nós somos os guardiões dos Tratados e, de uma forma muito especial, nós somos os custodiantes do Tratado de Lisboa”, declarou a presidente do Executivo comunitário, que assumiu a responsabilidade conjunta dos novos líderes das instituições da UE de “deixar uma União mais forte do que aquela herdada”.
Referindo-se ao local da cerimónia, a Casa da História Europeia, Von der Leyen observou que o museu “mostra o tesouro herdado, um continente em paz, com direitos e liberdades, um mercado único com oportunidades económicas sem precedentes”, e disse ser dever de todos “preservar este tesouro”.
“Mas a Europa não é só uma herança, a Europa é também uma promessa, a Europa é futuro, algo que temos todos de construir, tijolo a tijolo, dia a dia”, sublinhou, deixando então a garantia de que todos trabalharão nos próximos anos no sentido de ir ao encontro dos “sonhos e aspirações dos europeus”.
Também, ontem, entrou em funções, o novo presidente do Conselho Europeu que na sua intervenção sublinhou, que o Tratado de Lisboa “tornou possível muitos progressos na União Europeia”, disponibilizando “novas ferramentas para fazer face aos novos desafios”, e, passados 10 anos da sua entrada em vigor, é mais actual do que nunca.
Charles Michel comentou que “uma importante reforma” do Tratado assinado na capital portuguesa em Dezembro de 2007 permite enfrentar com outra força o grande desafio do combate às alterações climáticas, pois “deu à União Europeia uma nova personalidade legal”, permitindo-se assinar como um todo “tratados internacionais vitais, como o Acordo de Paris” sobre o clima.
“Hoje celebramos um novo início, com grande entusiasmo e esperança. Inspiremo-nos neste tratado para levar a cabo as reformas positivas necessárias para ir ao encontro das expectativas, justas e ambiciosas, dos cidadãos europeus”, disse o presidente do Conselho Europeu, figura institucional criada pelo Tratado de Lisboa.

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