Cultura

Concerto “Olombombo” (Raízes) no Centro Cultural Português

A primeira apresentação pública do duo, Melvi & Dala de Carvalho, ocorreu no dia 25 de Maio de 2015, por ocasião das comemorações do Dia de África, em concerto realizado no Instituo Superior de Artes (ISART), instituição tutelada pelo Ministério do Ensino Superior.

02/12/2019  Última atualização 11H10
Dr © Fotografia por: Dueto realizou um concerto no Camões, no qual valorizou canções em línguas nacionais

Julgamos pertinente referir que, apesar das adversidades de vária ordem, trivialmente conhecidas, o espaço Camões - Centro Cultural Português, na capital angolana, tem enaltecido várias disciplinas culturais com uma programação de qualidade e consistência assinalável, com destaque para a literatura, com o projecto “Escritor do mês”, palestras de reflexão sobre temas variados, lançamento de livros, exposições de artes plásticas e concertos de inúmeros géneros e tendências musicais.

Cantora e compositora, Melvi começou muito cedo a dar os primeiros passos na música e foi agendada, em dueto com Dala de Carvalho, para a apresentação do concerto “Olombombo” (raízes) no passado dia 28 de Novembro, no Camões-Centro Cultural Português.
Detentora de uma inconfundível e preciosa voz, Melvi sempre gostou de cantar e imitava vozes de artistas nacionais e internacionais.A cantora cresceu, musicalmente, e, na condição de autora e intérprete da canção, “Doce-de-coco”, 2008, um dos seus mais conhecidos sucessos, Melvi foi nomeada, no mesmo ano, para o “Top dos Mais Queridos”, concurso da Rádio Nacional de Angola (RNA).
Em 2013, lançou o CD, “Triunfo”, seu primeiro disco a solo, e, no ano seguinte, iniciou os seus estudos de música no ISART, instituição em que veio a desenvolver habilidades no domínio do canto lírico, soprano, razão pela qual faz parte da Companhia Nacional de Ópera (CNOPERA) e coral da Assembleia Nacional.
Para além da música, Melvi estreou-se no teatro, como actriz, em 2017, com a peça “Zungueira de Deus”, no ISART, como personagem principal, e, em 2018, na peça “Retrato de um artista desnudo”, em homenagem ao artista Kizua Gourgel e da professora, Rosa Roque.Em 2019, participou ainda na peça “Versos diversos” pelo Atelier de Artes Lucengomono no Circuito Internacional de Teatro (CIT).
Melvi tem contribuído com a sua voz em vários projectos musicais, como corista e vocalista de diversos artistas renomados do mercado angolano. Actualmente tem vindo a participar de forma activa no desenvolvimento do projecto “Cako Ceto” (pronúncia “Tchacotcheto”, a “Nossa tradição”), cantado em línguas nacionais, com foco na valorização da diversidade estilística do cancioneiro tradicional angolano, entre eles, a tchianda, kilapanga, massemba e cisela. Em dueto com Dala de Carvalho, Melvi participou em dois concertos musicais no evento, “Palavra do ano”, realizado pela “Plural Editores” e Instituto Camões, nas edições de 2018 e 2019. A cantora é licenciada em música, no domínio do Canto Lírico, pelo ISART.
Filha de Justino Lumbungululo e de Beatriz Canjala Daniel, Melvi Vanusa Daniel Lumbungululo nasceu no dia 4 de Novembro de1985, na província do Huambo.

Cantor

Cantor e pesquisador cultural, Dala de Carvalho começou no kuduro, em 2006, e descobriu a sua paixão pela música e propensão para a composição, através de experiências no R&B, género musical que combina elementos do rhythmandblues, soul, funk, pop, hip-hop e dance,a que seguiram canções do género sertanejo brasileiro e composições em Kizomba, que nunca chegaram a ser gravadas. Dala de Carvalho fez parte dos “Novos Horizontes”, em 2011, formação musical que fazia a fusão entre, R&B e rap cantado,nos coros, em línguas nacionais. É nesta época, 2012, que começou a sua afirmação nos géneros, kilapanga, tchissela, tchianda, massemba e afro-jazz.
Em 2014, ingressou no ISART, onde iniciou os seus estudos de música erudita, sem deixar de lado as suas raízes, fazendo a aproximação entre as técnicas do canto lírico e do cancioneiro tradicional, buscando, desta forma, novas sonoridades para a Música Popular Angolana.
Dala de Carvalho participou, em 2016, num evento de dança contemporânea, integrado na III Trienal de Luanda, com duas coreografias, onde participaram mais de vinte e três grupos profissionais de Luanda. O certame visava a constituição da comissão instaladora da Associação Nacional de Dança de Angola.Em 2017 e 2018, escreveu, dirigiu e apresentou-se, na condição de actor em dois musicais, respectivamente, “Zungueira de Deus” e “Filho pródigo”, protagonizados no ISART.
Filho de Alberto de Carvalho e de Domingas Lueji, Dala Manico Lueji de Carvalho, nasceu em Saurimo, província da Lunda-Sul, no dia 19 de Agosto de 1990.

Mentor

Enquanto director artístico, Dala de Carvalho tem participado em diversos concertos de artistas do mercado angolano, bem como apoiado vários artistas que começam a dar os primeiros passos na música. Nesta condição é mentor do “Cako Ceto”, projecto que visa a valorização de canções cantadas em línguas nacionais, e que tem vindo a unir concepções da música erudita e de Música Popular Angolana. Dala de Carvalho é licenciado em música, pelo ISART, na especialidade de Canto Lírico.

Concerto

O concerto “Olombombo”, realizado no dia 28 de Novembro, no auditório Pepetala, no Camões, foi uma homenagem à adida cultural da Embaixada de Portugal em Angola, Maria Teresa Gomes Mateus, pelo seu esforço e dedicação na valorização da cultura angolana e portuguesa. Na ocasião, o dueto Melvi e Dala de Carvalho, interpretaram as canções “Olombombo”, “Ondaka”, “MwataCilonda”, “Otemboyomwenhõ”, Canto d´alegria”, “Doce de Coco”, “Cavulamine”, “Matamba asasu”, “Cako Ceto”, e ”Djedjedje”. Na sequência, foram ainda convidados ao concerto, no canto, Anastácia Dala, Teresa Chipata, Teidy Cawissi, Clementina Florência, Pedro Confreira, Miro Cawissi, Pedro Cinco e José de Oliveira, que interpretaram os temas “Angola”, “Hakuna”e “Ondilava”.

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