Os cidadãos nacionais, que até agora e por razões de vária ordem não possuem documento de identificação, vão poder obter o primeiro Bilhete de Identidade, desde que sejam portadores do cartão de eleitor emitido até 2017, confirmados na Base de Dados de Cidadão Maior.
A medida faz parte da proposta de Lei de Alteração à Lei sobre o Regime Jurídico da Identificação Civil e Emissão do Bilhete de Identidade de Cidadão Nacional aprovada, ontem, pelo Conselho de Ministros, na sua 12ª sessão Ordinária.
O diploma contém normas que vão permitir a atribuição do primeiro Bilhete de Identidade aos cidadãos portadores do cartão de eleitor e, com isso, chegar às mãos de milhares de cidadãos.
Com a aprovação do diploma, o pedido de emissão do Bilhete de Identidade de Cidadão Nacional passa a ser instruído mediante a apresentação da certidão narrativa completa, do assento de nascimento, da cópia integral do assento de nascimento ou da certidão de baptismo, desde que tenha ocorrido antes de 1 de Junho de 1963 ou ainda do cartão de eleitor, emitido até 31 de Março de 2017.
No mesmo domínio, o Conselho de Ministros apreciou uma proposta de Lei de Alteração à Lei da Simplificação do Registo de Nascimento. Com este instrumento jurídico, o cartão de eleitor passa a ser, transitoriamente, o documento que vai permitir a obtenção do Assento de Nascimento aos cidadãos portadores do cartão de eleitor, cujos dados estejam confirmados na Base de Dados de Cidadão Maior, dispensando-se assim qualquer outra diligência subsequente para o registo tardio de nascimento.
De acordo com o comunicado saído da 12ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, a aprovação deste diploma permitirá o acesso ao Assento de Nascimento, documento bastante para aprovar a nacionalidade angolana e a identidade civil aos cidadãos desprovidos do Registo de Nascimento e que sejam portadores do Cartão de Eleitor.
O Conselho de Ministros apreciou, também, uma proposta de diploma sobre o Regime do Processo Especial de Justificação de Óbito, instrumento que estabelece as normas que visam a celeridade e a simplificação do registo de óbito e emissão de certidões de óbito, respeitantes às vítimas dos conflitos políticos ocorridos em Angola.
A aprovação deste diploma enquadra-se nos esforços do Executivo para a implementação do Plano de Reconciliação Nacional em memória das vítimas dos conflitos políticos ocorridos entre 11 de Novembro de 1975 e 4 de Abril de 2002.
Ainda ontem, o Conselho de Ministros aprovou o Regulamento da Lei sobre a Liberdade Religiosa e Culto, diploma legal que estabelece os procedimentos sobre o exercício, constituição, reconhecimento e revogação das confissões religiosas.
Política externa
Na política externa, foram apreciados os Projectos de Resolução que aprovam a adesão de Angola aos Tratados Internacionais, como a Emenda de Doha ao Protocolo de Kyoto, Acordo que cria a Zona de Comércio Livre Continental Africana, Acordo entre e Angola e Cuba, no domínio da Assistência Jurídica e Judicial Mútua em Matéria Penal, Protocolo da SADC sobre Ciência, Tecnologia e Inovação, bem como o Acordo entre o Governo da República de Angola e o Governo da Guiné Equatorial, no domínio da Segurança e da Ordem Pública.
No quadro da cooperação bilateral, o Conselho de Ministros aprovou o Memorando de Entendimento entre o Ministério do Turismo de Angola e o Ministério do Turismo e Transportes de Cabo Verde. Angola assinou também um memorando com o Uruguai e outro com o Ministério da Indústria, Comércio e Turismo de Espanha, além de outro entre o Ministério da Indústria de Angola e o de Cuba, no domínio da indústria.
Bacia do Okavango tem Plano Director
O Conselho de Ministros ratificou o Plano Director de Desenvolvimento Turístico do Pólo da Bacia do Okavango. Localizada no município do Dirico, na província do Cuando Cubango, a Bacia do Okavango conta agora com um instrumento de ordenamento do território que contém directrizes de natureza estratégica para a dinamização do ecoturismo e da gestão sustentável dos recursos que envolvam a conservação da biodiversidade e investigação.
Em torno do Pólo da Bacia de Okavango tem havido uma acção concertada dos diferentes Ministérios com o fito de promover a região como um destino turístico de referência e o fomento do desenvolvimento local.
Considerado um dos maiores e mais ambiciosos planos turísticos em todo o mundo, Okavango/Zambeze é um projecto transfronteiriço que abrange cinco países e tem uma dimensão de 278 mil quilómetros quadrados, dos quais Angola possui 87 mil.
Os restantes quilómetros quadrados pertencem ao Zimbabwe, Botswana e à Namíbia, com a menor parcela do projecto. Nos 87 mil quilómetros do território angolano, no Cuando Cubango, o projecto vai abranger as áreas de conservação e as reservas de Luina e Mavinga, Coutada Pública do Luiana, de Longa Mavinga, Luengue e Mucusse.
Criado pelo Decreto Presidencial 56/11 de 24 Março, o Pólo de Desenvolvimento da Bacia do Okavango está localizado na confluência dos rios Cubango e Cuito, no município do Dirico, a cerca de 600 quilómetros da cidade de Menongue, na fronteira com a Namíbia
Os primeiros trabalhos no local consistiram no levantamento topográfico, estudos dos recursos hídricos, faunísticos e florestais, locais históricos, hábitos e costumes da população. O projecto contempla a construção de edifícios administrativos, lodges (alojamentos), restaurantes e similares, entre outras infra-estruturas de apoio ao turismo.
Da parte angolana, prosseguiu, impõe-se a necessidade de o Estado fazer a sua parte, com a criação de infra-estruturas básicas, como estradas, sistemas de água potável e energia eléctrica, para permitir que os empresários interessados em investir encontrem as mínimas condições.
Prémio nos Petróleos
O Executivo decidiu atribuir um prémio de investimento, através da dedução, no Imposto sobre o Rendimento do Petróleo, nos Contratos de Serviços com Risco, para os blocos 30, 44, 45, 1/14 e o Bloco Centro da Zona Terrestre de Cabinda.
A decisão saiu ontem da reunião de ontem do Conselho de Ministros, que autorizou o Titular do Poder Executivo a legislar sobre o assunto. Com a aprovação do diploma, o Executivo pretende incentivar a promoção do aumento dos níveis de produção de petróleo bruto e gás natural nas zonas de elevada complexidade operacional e de pesquisa. O objectivo é que a iniciativa se efective em harmonia com as politicas e prioridades definidas no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2018-2022) para o sector dos recursos minerais e petróleos. As propostas de leis apreciadas serão remetidas à Assembleia Nacional.
Ainda no domínio dos Petróleos, o Conselho de Ministros aprovou a Adenda ao Contrato de Partilha de Produção do Bloco 15. O objectivo é mitigar o declínio da produção petrolífera, incrementar as reservas do bloco, optimizar as instalações de produção, processamento e armazenamento já existentes e, consequentemente, aumentar a competitividade económica, o desenvolvimento dos recursos remanescentes em campos maduros e a geração de emprego.
Com a Adenda ao Contrato de Partilha, a Sonangol Pesquisa e Produção poderá entrar no grupo empreiteiro com um interesse participativo de 10 por cento.
Os escritores Agostinho Neto e António Jacinto são, hoje, às 10h, homenageados como “Poetas da Liberdade”, no Festival de Música e Poesia, que acontece no auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, em Lisboa, Portugal.
A embaixadora de Angola no Reino dos Países Baixos, Maria Isabel Encoge, destacou, ontem, o potencial turístico das zonas abrangidas pela linha ferroviária do Corredor do Lobito e as paisagens inexploradas da região como um dos expoentes para mobilização de investidores holandeses.
A Lei de Combate à actividade mineira ilegal justifica-se por razões de segurança territorial, mas sobretudo, por razões económicas, ambientais, de saúde pública e de preservação das políticas e estratégias do Estado para o sector, afirmou o secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jâneo Correia Victor.
O Projecto de Lei da Institucionalização Efectiva das Autarquias Locais, elaborado pelo Grupo Parlamentar da UNITA, foi entregue ao gabinete da presidente da Assembleia Nacional (AN), Carolina Cerqueira, depois de ter recebido contribuições da sociedade civil no país e na diáspora.
A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) planeia contribuir com mais de 235 milhões de dólares para apoiar os objectivos de desenvolvimento de Angola nos próximos cinco anos.
O ministro da Juventude e Desportos, Rui Falcão, mostrou-se, ontem, regozijado pelo desempenho dos atletas, a conquista do segundo lugar no Campeonato Africano de Futsal e garantiu total apoio à Selecção sénior masculina para o próximo Campeonato Mundial.