Política

FNLA diz que Governo fez pouco pelas famílias

O secretário-geral e presidente em exercício da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Pedro Dala, afirmou que nos dois anos de governação do Presidente João Lourenço, pouco ou nada se fez a favor das famílias angolanas.

02/01/2020  Última atualização 07H50
Maria Augusta | Edições Novembro © Fotografia por: Pedro Dala afirmou que o país continua na bancarrota

“O país continua em bancarrota, não houve crescimento algum, as famílias angolanas perderam completamente o poder de compra. A população está a ser fustigada por políticas de austeridade implementadas pelo Governo apenas para satisfazer os credores internacionais, asfixiando a população de tal maneira que cerca de 80% não comemorou o Natal este ano”, disse o político.
Pedro Dala, que falava na segunda-feira, na cerimónia de cumprimentos de fim de ano, nas instalações do partido, acrescentou que o país continua a sobreviver de um “OGE irrisório para os sectores da Saúde e da Educação que são os grandes baluarte para o desenvolvimento de uma Nação”.
Fruto da crise financeira que o país vive, sublinhou, surgem comportamentos estranhos aos angolanos, com o aumento do número de suicídios.
O político apelou ao Executivo a se concentrar, este ano, na resolução dos principais problemas que afectam o povo.

Crise interna

Sem entrar em pormenores sobre a crise interna que o partido vive, com a existência de várias alas, Pedro Dala adiantou que a FNLA vai apostar na unidade e reconciliação dos militantes, para garantir o sucesso nas eleições autárquicas, previstas para este ano.
O político reforçou que as eleições autárquicas vão exigir, do partido, um profundo empenho e dinamismo para alcançar êxito.
O presidente em exercício destacou que o partido tem já um programa para as autarquias, que continua a ser actualizado , à medida que o pacote legislativo autárquico é discutido e aguarda aprovação na Assembleia Nacional.
Pedro Dala afirmou que a FNLA está em contacto directo com os parceiros internacionais, em Moçambique e em Cabo-Verde, que têm contribuído para o aprimoramento dos programas.
O representante de uma das alas da FNLA, Fernando Pedro Gomes, que também se apresenta como presidente, acusou alguns membros do partido de estarem a inviabilizar, junto do Tribunal Constitucional, o reconhecimento e anotação das deliberações do congresso extraordinário e inclusivo, realizado em Luanda, entre 20 e 24 de Junho de 2018.
Segundo Fernando Pedro Gomes, Lucas Ngonda “fez uma encenação de um suposto pacto (de estabilidade), sem a participação e inclusão dos que se lhe opõem e que constituem os principais protagonistas do processo, que sempre lutaram pela genuína unidade e reconciliação interna da FNLA”.
Em Dezembro, uma comissão de negociação da FNLA acordou a continuidade de Lucas Ngonda na liderança do partido por mais 14 meses, até à realização do congresso extraordinário.
No mesmo mês, estava prevista a realização de um congresso extraordinário, que iria legitimar uma direcção transitória. O conclave acabou por ser adiado por “razões técnicas”.