Cultura

Museu de Arqueologia em obras ainda este ano

As obras de restauração do Museu Nacional de Arqueologia, na província de Benguela, têm início no primeiro trimestre deste ano, informou, ontem, em Luanda, o secretario de Estado da Cultura, Aguinaldo Cristóvão.

07/01/2020  Última atualização 15H03
JAIMAGEM

Em declarações à imprensa, depois de uma visita à província de Benguela, onde constatou o estado de alguns edifícios já classificados, assim como monumentos religiosos, o secretário de Estado disse que a recuperação do museu vai passar pela contenção das infiltrações a nível da cobertura e o reforço das estruturas.
Aguinaldo Cristóvão, que não avançou a duração nem o orçamento da obra de restauro, explicou que o museu vai retomar ainda este ano a produção científica e criar projectos para poder estar mais próximo dos visitantes e melhor divulgar o acervo arqueológico. “Definiu-se uma estratégia para que a partir do primeiro trimestre deste ano possamos desenvolver algumas tarefas, para recuperação do museu”, disse Aguinaldo Cristóvão.
Para o secretário de Estado, a recuperação do museu é uma das prioridades do sector e as obras vão ser graduais, porque requerem várias especialidades, porque a instituição possui uma vasta área, planificada para, após a renovação, apresentar aos visitantes um espaço moderno.
O Museu Nacional de Arqueologia, localizado junto a praia Morena, na cidade de Benguela, chegou a ter um acervo, num passado recente, de nove mil e 150 peças, muitas das quais roubadas ao longo dos anos. O edifício onde funciona é uma construção dos séculos XVII/XVIII, usado para guardar os escravos antes de serem levados para a América. Ocupa um espaço de oito mil metros quadrados e foi construído com blocos de pedra calcária, possuindo portões e gradeamentos de ferro maciço.
Depois do fim do tráfico de escravos, o edifício passou a pertencer à Alfândega de Angola. Em 1976, passou a ser o Museu Nacional de Arqueologia. O ano passado aventou-se a hipótese de recuperação do museu, num período de 12 meses, o que não se concretizou.
Durante a estada em Benguela, o secretário de Estado visitou também a Igreja da Nossa Senhora do Pópulo e inteirou-se de projectos para recuperação desta infra-estrutura da Igreja Católica. “Trata-se de uma igreja centenária com características próprias e necessidade muito específicas em matéria de restauro, incluído nos vários projectos desenvolvidos para recuperação e restauro de patrimónios nacionais”, frisou, avançando que sendo património cultural é do interesse do Executivo que este processo termine com a reabilitação da própria igreja.
A igreja, destacou, tem uma história muito rica, que deve ser preservada para as futuras gerações e “o Executivo vai apoiar os projectos de reabilitação, para que os cidadãos possam ter um espaço condigno ao exercício da actividade religiosa”.
Aguinaldo Cristóvão visitou igualmente o Navio Zaire, na cidade do Lobito, o Projecto Cabo Submarino, as instalações do Caminho de Ferro de Benguela, a Açucareira, o reduto de São Pedro na Catumbela e o Museu Etnográfico, no Lobito, bem como a Rádio Nacional de Angola em Benguela e a Paróquia da Sé Catedral.