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Namibe aposta na exploração de mármore e outros mineiros

O Namibe é a província que possui as maiores reservas de mármore no país, existindo potencial para consolidar a sua posição como exploradora, face ao crescimento da procura internacional, afirmou o governador provincial.

16/01/2020  Última atualização 06H44
Arimateia Baptista | Edições Novembro | huíla © Fotografia por: Estudos revelam que a província do Namibe é considerada como a que possui as maiores reservas de mármore do país

Archer Mangueira, que discursava em Moçâmedes, na cerimónia de abertura do Workshop sobre “o potencial dos recursos mineiros da província do Namibe”, assinalou a importância que o Governo local atribui ao encontro, destinado à identificar, com base em critérios técnicos, científicos e económicos, o potencial geológico mineiro da província.
Além do mármore e granito, apontou o governador, o Namibe tem um potencial mineiro vasto. “É uma província rica em pedras preciosas, como a turmalina, o quartzo, cobre, ouro, crómio, titânio, níquel, manganês, platina e outras”, enumerou.
Para a sua exploração, disse, importa fixar na província o potencial da sua transformação, retendo o maior valor acrescentado possível. Poderão ainda haver oportunidades de capitalização do potencial deste sector, através da construção da siderurgia prevista para a produção de varão de aço, para a construção e apoiar na dinamização da exploração de ferro de Cassinga, província da Huíla, através do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM).
A bacia do Namibe oferece, também, um potencial de hidrocarbonetos. O governador Archer Mangueira disse estar particularmente atento à diversidade dos projectos e a sua “firme intenção” está ligada à inter-relação desses mesmos projectos, complementaridade e eficiência, com vista a conter gastos desnecessários.

Evitar gastos
“Hoje, mais do que nunca, temos que evitar gastos desnecessários e redundantes e assegurar a sustentabilidade dos projectos”, garantiu, acrescentando que enquanto governador do Namibe, tudo fará para que os projectos tenham “efectivamente” condições para se desenvolverem e para entregar às populações os resultados que permitam transformar a vida das pessoas, sem no entanto o pelouro que dirige e os envolvidos serem “coniventes” com projectos que apregoam soluções mágicas e ao fim de pouco tempo se transformam em meros “esqueletos de infra-estruturas inacabadas e dinheiros públicos mal gastos”.
Archer Mangueira está confiante no “bom resultado”, porque, segundo disse, estar a trabalhar com as equipas, para que se conceba e se desenvolva uma articulação harmoniosa e, acima de tudo, eficiente, entre Luanda - região – província.
Insere-se nessa articulação a dimensão regional da geração, transporte e uso de energia eléctrica, recurso fundamental para a eficiência de qualquer indústria e concomitantemente para o bem-estar das populações, referiu o governador.

Vector de desenvolvimento
Para Archer Mangueia, o bom aproveitamento dos “nossos recursos naturais” vai servir de salvaguarda da sua sustentabilidade, por se identificar como um dos vectores de desenvolvimento para o Namibe, em articulação e sintonia com o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN).
O governador realçou que a exploração geológica mineira eficiente insere-se nesta visão integrada de desenvolvimento e, por outro lado, permite utilizar o potencial de recursos de que a província dispõe noutros domínios, nomeadamente o potencial humano.
Desde logo, a preocupação do Governo da província é obter melhorias, “tão rápidas quanto possíveis”, nas redes de transportes e logística, de modo a agilizar as comunicações e o escoamento e assim promover o crescimento da economia da região.
Archer Mangueira falou ainda da importância de associar o potencial humano a todos os projectos de exploração, extracção e transformação dos recursos naturais. O governador disse está preocupado coma a formação das novas gerações, no âmbito de todos os projectos.
Lançar as bases para a criação de empregos é o “objectivo imediato”, para o governador do Namibe.
O governador lembrou que o Executivo melhorou as condições da atractividade para o investimento privado, incluindo investimento directo estrangeiro. “Dispomos hoje de um quadro legal, que se aproxima das melhores práticas internacionais, no plano do direito das sociedades comerciais e na movimentação de capitais”, frisou, para acrescentar que uma vez identificado o potencial e definida a visão para o desenvolvimento, “serão capazes” de reforçar o investimento privado na província, tanto nacional como estrangeiro.
O governador augura que do seminário surjam bons resultados, para o trabalho de identificação do potencial geológico mineiro da província.Durante o seminário, prestigiado pelo ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, foram abordados temas como “quadro global do potencial geológica-mineiro e aquífero da província do Namibe”, “potencial em hidrocarbonetos-offshore e onshore”, “projecto minério - siderurgia de Cassinga”.
“Outorga de licenças e estratégias sobre a exploração dos recursos minerais”, “apresentação das análises trimestrais do mercado de rochas ornamentais (perspectivas da sua realização no Namibe) ”, bem como a “regulação de comercialização de combustíveis”, “Mapeamento de postos de abastecimento, delimitação de competências para construção de PA”, e a contribuição das operadoras petrolíferas às energias alternativas (caso do projecto de energia solar com a Eni-Itália), constam também entre os temas debatidos no encontro.