Economia

Empresas compram produção a associações de camponeses

Quatro associações de camponeses dos municípios do Chinguar e Chitembo, Bié, assinaram, quinta-feira, um contrato-promessa com os grupos empresariais Orquídea e Avipal, para a venda de produtos agrícolas num valor de mais de 69,2 milhões de kwanzas, com o apoio do Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Comercialização (MOSAP 2).

26/01/2020  Última atualização 11H34
Cedida © Fotografia por: Coordenador do Mosap 2 no Bié anuncia novos apoios à produção

O representante da associação agrícola do Chinguar Cajamba, António Baptista, destacou a aposta das empresas na aquisição da produção agrícola e considerou que as cláusulas contratuais estão ajustadas ao esforço dos camponeses. “O contrato-promessa vai permitir uma produção sem receio da deterioração dos produtos no campo, já que estão garantidas as condições de escoamento e comercialização”, referiu.

Sublinhando que o preço oferecido pelas empresas é compatível com os custos de produção, António Baptista indicou a disponibilidade de 150 hectares para o cultivo de milho, com uma previsão de colheita para o final de Maio. “O contrato-promessa tem a vantagem de estipular um preço fixo, 120 kwanzas, independentemente da oscilação dos preços no mercado nacional, o que é favorável, tendo em conta os custos da produção”, acrescentou António Baptista.
O representante da associação de camponeses de Cachingui, município do Chitembo, Januário Jamba, prevê vantagens no contrato com grupos empresariais. “É um benefício produzir com garantias de que os produtos do campo têm um destino para comercialização”, disse.
Uma maior disponibilidade de rações no mercado é o que espera a empresa Avipal, produtora de ovos e aves, depois de rubricado o contrato com os produtores de milho da província do Bié.
O representante legal da Avipal, Feliciano Suluvica, sublinhou que a companhia consome de dois a três mil quilos de ração por dia, para alimentar mais de 10 mil aves. “Precisamos de um grande volume de produtos em tempo real, pois a distância que percorremos para a aquisição cria sérias dificuldades para a actividade da fazenda”, referiu.

Novos apoios

O coordenador do MOSAP 2 no Bié, Romeu Rosa, anunciou, para Fevereiro, a construção de infra-estruturas para conservação e comercialização de bens agrícolas e o fabrico de sacos para embalagem de produtos.
Destacou a ausência de condições para a conservação, escoamento e comercialização como os principais obstáculos que os produtores enfrentam e garantiu que o MOSAP 2 está a projectar apoios nesses domínios.

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