Regiões

Novas salas de aula dão lugar para a inserção de mais de 38 mil alunos

Justino Victorino e Adolfo Mundombe| Huambo

Jornalistas

Mais de 38 mil crianças em idade escolar ingressaram, pela primeira vez, no processo de ensino e aprendizagem na província da Huíla, devido ao aumento de novas salas de aula, particularmente em zonas rurais.

04/02/2020  Última atualização 10H33
Estanislau Costa |Edições Novembro © Fotografia por: No ano findo foram construídas na cidade do Lubango centenas de salas de aulas para os diversos níveis de ensino

Com esta cifra, a Huíla atingiu 811 mil e 932 alunos da iniciação a 13° classe no presente ano lectivo. O grosso de alunos vai frequentar aulas em sete mil e 435 salas apetrechadas.
A construção de novos estabelecimentos de ensino em vários pontos da província, para atingir a cifra de 300 salas de aula, figura nas prioridades das autoridades, para reduzir, a cada ano lectivo, o número de crianças fora da escola, calculado em 300 mil.
Dezenas de escolas estão a ser construídas e reabilitadas em várias localidades da província à luz do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) em curso na província, além das infra-estruturas escolares que estão a ser erguidas por instituições religiosas.
No Lubango, a sede da província, com a maior cifra da população estudantil, estão em construção três escolas com sete e 12 salas de aula, concretamente na zona periférica da Quilemba, Tchavola e Conjenge. Estas infra-estruturas vão absorver três mil e 120 petizes, segundo uma fonte do sector da Educação.
O porta-voz do Gabinete Provincial da Educação da Huíla, Benício Puna, revelou que estão a ser construídas mais 50 salas de aula, que vão dar lugar a admissão de mais 489 professores. O responsável disse que das 1.913 escolas disponíveis, embora insuficientes, “reúnem condições de acomodação, e estão dotadas de ferramentas para habilitarem convenientemente os alunos”.
Vagas e alternativas
Nas escolas do ensino geral público, concretamente nas classes de iniciação e transição do I para o II ciclo, não é fácil conseguir uma vaga.
Maria Sumbelelo não conseguiu matricular o filho de cinco anos de idade numa escola pública devido a exiguidade de vagas. “Fui em três escolas no bairro Comandante Cow Boy e não consegui matricular o meu último filho devido as enchentes”.
Vendedora de frutas em várias zonas da cidade do Lubango, Sumbelelo, como é tratada pelas companheiras do comécio, disse que os recursos das vendas não chegam para suportar os actuais custos mensais das escolas privadas. “Dos meus rendimentos do negócio só restam quatro mil Kwanzas, pois a outra parte é para a renda de casa, alimentação, energia e água, entre outras despesas prioritárias”, contou.
Fernando Cassinda, que também não conseguiu matricular os dois filhos na escola pública, optou por colocar os garotos num dos espaços onde leccionam os professores voluntários, afectos à Associação de Jovens Voluntários para Educação e Ensino (Ajovee). “A Jamba e a Maria, de cinco e 7 anos de idade, respectivamente, vão fazer a iniciação numa das salas dos professores voluntários para não permanecerem mais este ano lectivo sem estudar. Há três anos que não consigo vagas para as meninas, por isso, resolvi trabalhar com os jovens voluntários”, disse. A AJovee controla na província da Huíla dois mil e 275 professores voluntários que leccionam mais de 100 mil alunos nos municípios do Lubango, Matala e Chibia, segundo o vice-presidente da instituição , Isaac Ulombe.