Economia

Gestora de aeroportos sem garantias para reaver 5,8 mil milhões de kwanzas

Pedro Peterson

Jornalista

O Conselho Fiscal da Sociedade Gestora de Aeroportos (SGA) assume a existência de falta de garantias de boa cobrança de dívidas junto de alguns organismos da administração directa e indirecta do Estado, no exercício de 2019, registados na rubrica “vendas em suspenso” com um valor inicial de 5,8 mil milhões de kwanzas.

05/10/2020  Última atualização 21H18
DR © Fotografia por: O Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro é o principal activo da SGA que também ressente dos efeitos da Covid-19 na aviação

No parecer ao relatório e contas, publicado ontem no Jornal de Angola, lê-se que os proveitos não foram reconhecidos pela Enana EP (Ac-tual SGA), os quais totalizariam, após a actualização cambial, 34,6 mil milhões no final do exercício. Entretanto, a Sociedade Gestora de Aeroportos (SGA) contabilizou, em 2019, um activo de 66,6 mil milhões e passivo de 52,1 mil milhões. O resultado líquido apurado foi de 9,9 mil milhões de kwanzas.

O auditor interno sustenta ter tomado conhecimento de que vários saldos de clientes/fornecedores não foram confirmados a quando da elaboração do relatório e contas da empresa.  “Entendemos que a regularização de saldos deve ser feita de forma regular e consistente para que os registos contabilísticos reflictam a todo tempo e de forma adequada a situação económica e financeira da empresa”, lê-se no documento.

Por outra, verificou-se também um aumento dos proveitos operacionais da empresa, em relação ao período homólogo de 2018, em 8,1 mil milhões de kwanzas e no sentido inverso, a diminuição dos custos na ordem de 1,9 mil milhões, que no ponto de vista operacional pareceu-lhes positivo. 

Não obstante ter-se verificado um decréscimo no valor, o órgão fiscal assegura ter abordado esta questão com alguma preocupação, pelo facto de não constarem dívidas de alguns credores, como de alguns organismos de Estado, pese embora tenha sido explicado no relatório e contas do SGA, as razões da não inclusão do Estado no leque de clientes duvidosos.

Por essa via, o Conselho Fiscal da Sociedade Gestora de Aeroportos (SGA) reconheceu a existência de falhas na elaboração das contas do exercício findo em função dos atrasos registados na recolha de dados contabilísticos. Conforme adiantam, no exercício findo, não lhes foi possível acompanhar com a periodicidade e extensão considerada adequada, no que toca à evolução da actividade da empresa, a regularidade dos registos contabilísticos, bem como o cumprimento das normas legais, o que fez com que a equipa visse limitada a análise financeira.

Um dos factos relevantes observados pelo Conselho Fiscal da SGA diz respeito à conformidade dos preços e tarifas com os legalmente aprovados.

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