Opinião

O micro -crédito, os bancos e os nossos empresários

O micro-crédito é uma experiência que deu resultados em vários países em que havia pobreza extrema. Milhares de famílias em países com níveis elevados de pobreza puderam, com o micro-crédito, realizar diversos negócios e, por via disso, assegurar a sua sobrevivência.

07/10/2020  Última atualização 10H06


A experiência do micro-crédito continua a ser estudada por muitos países, particularmente agora que a pandemia de Cocvid-19 está a causar graves problemas a milhões de pessoas que têm sido afectadas pelas elevadas taxas de desemprego em várias partes do mundo.
Pequenas, médias e grandes empresas estão a ir à falência em muitas partes do mundo, estando Estados a considerar a possibilidade de se operacionalizar a concessão de micro-crédito, que envolve pequenos montantes em termos monetários, mas que podem ajudar muitos milhares de pessoas.

Em tempo de crise, uma das principais preocupações dos Governos é aquecer a economia, para reduzir o desemprego, adoptando políticas que incentivem a produção e reduzam custos para pequenas e médias empresas, a fim destas poderem estar em condições de continuar a contribuir para o crescimento da economia.

Em fase de crise, um dos grandes aliados do Estado deve ser a banca comercial, que tem dinheiro para conceder crédito, de que precisam os investidores, estejam eles em pequenos, médios ou grandes negócios. A nossa economia,por exemplo, precisa de investidores em vários sectores produtivos e de todas as dimensões.

É intenção do Governo incentivar a diversificação da economia, estando a tomar, na parte que lhe cabe, as medidas necessárias para que isso seja um facto. Acredita-se que daqui a alguns anos o país venha, não só a produzir produtos diversos, mas também a distribuí-los por todo o território nacional e até a exportar para regiões do mundo em que possamos ter vantagens competitivas.

O micro-crédito serve para resolver problemas graves derivados da pobreza extrema, nesta fase de crise económica e sanitária, mas a nossa banca comercial não deve perder de vista que pode ir mais longe, financiando projectos de maior dimensão, para que os nossos empresários (os verdadeiros empresários, sublinhe-se), que precisam de recursos financeiros possam ajudar Angola a crescer economicamente.

É entretanto importante que haja crédito barato no mercado financeiro, para que os potenciais investidores possam recorrer aos bancos para conseguirem dinheiro para a concretização dos seus projectos. Os bancos comerciais devem começar a acreditar que há em Angola empresários sérios, patriotas e interessados em trabalhar em prol de uma Angola próspera e que só querem ganhar dinheiro honestamente.

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