Opinião

Proteger os bens públicos

O incêndio de grandes proporções, que paralisou o maior hospital do Cunene, ainda por apurar as causas e eventuais responsabilidades, deve servir para que dele retiremos as melhores ilações, relativamente ao cuidado, vigilância e prevenção.

08/10/2020  Última atualização 07H43

Os bens públicos, erguidos a muito custo pelo Estado, devem ser encarados pelas populações, principais destinatárias dos equipamentos sociais, como ferramentas que pertencem a todos e que, por isso, por todos devem ser preservadas. Provavelmente, o erro humano deverá estar entre as possíveis causas, razão pela qual todo o cuidado é pouco quando se trata dos procedimentos que todos e cada um de nós, desde ao empregado ao utente, deve observar para proteger os bens públicos.

Devemos cuidar dos equipamentos sociais, redobrar a vigilância nos esforços para a sua preservação porque, como se sabe, não faltam aqueles que pretendem inverter o curso regular de feitos e conquistas alcançados tendo em vista o bem-estar de todos.
Vivemos numa sociedade em que, pelas mais variadas razões, nem todos comungam das mesmas expectativas, nem todos relevam de igual modo os equipamentos sociais e nem todos encaram os esforços das instituições públicas como a soma do empenho de cada um para melhorar a vida de todos.

A destruição de bens públicos é uma realidade um pouco por todo o país, algumas vezes por omissão, negligência ou indiferença para com os actos de precaução e prevenção, outras vezes por acção dolosa e criminosa, razão pela qual insistimos na ideia de cuidado, vigilância e prevenção.
Basta ver como os cabos eléctricos desaparecem das cabinas, postos de transformação e de algumas linhas de transportes de energia eléctrica, numa altura em que estes actos ocorrem com grande incidência e proporção com que esses materiais “enchem” os mercados e as casas de pesagem.

A vandalização da conduta de água é outra realidade que, embora combatida pelas autoridades, não há dia em que não ocorrem denúncias de violação, espelhando um negócio rentável nas mãos de “traficantes do líquido precioso”.
Precisamos de estar vigilantes para com todas as situações que contribuam para perigar a vida das pessoas, para a danificação dos bens públicos e, no que aos incêndios diz respeito, para que as medidas preventivas sejam, efectiva e exaustivamente, ensaiadas.

É encorajador o esforço que o Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros faz na sensibilização das pessoas, famílias e empresas no sentido da observância, diária e rigorosa, das medidas preventivas contra incêndios. Não é exagerado esperar que os especialistas da referida instituição, além das inspecções regulares às instituições para se certificarem sobre as condições e medidas existentes, promovam sessões de treino sobre procedimentos em períodos de emergência.
O Estado não se pode dar ao luxo de perder bens e equipamentos simplesmente por descuido, falta propositada de vigilância e ausência de medidas de prevenção pessoal e colectiva nas instituições, nos agregados familiares e na via pública.

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