Economia

Angola tem nível alto de inclusão financeira

Angola tem um nível relativamente alto de inclusão financeira na maioria dos indicadores, embora o país se encontre mais atrasado em relação a outras economias de renda média-baixa, quando comparada com outros países em desenvolvimento da África Subsaariana.

02/11/2020  Última atualização 07H55
Estudo do Banco Mundial e BNA advoga mais sensibilização © Fotografia por: Edições Novembro
Este dado foi avançado, na última quinta-feira, num estudo conjunto entre o Banco Mundial e o Banco Nacional de Angola.
Segundo o Banco Mundial, este padrão é consistente com os outros indicadores do sector financeiro para Angola quando comparado com os seus países pares, embora o país contenha uma maior densidade de pontos de acesso comparativamente aos seus pares.

As mulheres são 14 pontos percentuais, menos prováveis que os homens a serem financeiramente incluídas.
Esta diferença de género em Angola é ligeiramente maior do que a diferença de género observada na África Subsaariana, onde, em média, os homens são 12 pontos percentuais mais prováveis em possuir uma conta bancária.

De acordo com o estudo, a  titularidade da conta chega a atingir  58 por cento nas áreas urbanas, mas cai quase a metade para 29 por cento nas áreas rurais.
Dados do BNA indicam que aproximadamente 49 por cento dos adultos angolanos inquiridos reportaram ter acesso a uma conta bancária, uma métrica habitualmente usada para comparação internacional.


Conclusões

Uma das conclusões do inquérito é de que a insuficiência de recursos financeiros, de documentos e falta de compreensão de como abrir uma conta estão entre as principais barreiras de acesso à conta bancária para quase metade de angolanos.
Conforme o relatório no que diz respeito à inclusão financeira em Angola, embora não especifica o número de inqueridos, apesar do produto de poupança Bankita ter sido projectado para reduzir estas barreiras, apenas 24 por cento dos entrevistados indicaram saber da existência do mesmo. A pesquisa mostra que a adesão a contas semelhantes, quando acompanhada pelo alargamento de outros produtos bancários inovadores, pode aumentar a inclusão financeira.

Olhando para  experiências em países como Índia e Filipinas, o escritório do Banco Mundial em Angola mostra que a introdução de contas básicas deve ser complementada com campanhas de consciencialização pública para mitigar o risco de baixa aceitação desses produtos.

Acrescenta que, embora o BNA apoie as campanhas de sensibilização através de acções no âmbito do Programa de Educação Financeira, em parceria com o Ministério de Educação, os níveis esperados de inclusão financeira da população ainda não foram alcançados.


Recursos clientes
Os recursos de clientes e outros créditos continuaram, em 2019, a ser a principal fonte de financiamento das instituições financeiras bancárias, com um peso de 83 por cento no total do passivo, que  corresponde a 11,77 mil milhões de kwanzas, dos quais 53 por cento representam depósitos a prazo.

De acordo com um estudo conjunto realizado pelo Banco Mundial e o Banco Nacional de Angola, os depósitos a prazo aumentaram  em 1,64 mil milhões de kwanzas (35 por cento), superior ao aumento de 735,14 mil milhões (16 por cento) dos depósitos à ordem.

O documento apresentado na sexta-feira refere que o passivo do sector bancário, no ano passado, rondou os 14,12 mil milhões de kwanzas, um aumento de 3,04 mil milhões (27 por cento) face a 2018.
O inquérito sobre Capacidade e Inclusão Financeira, promovido pelo Banco Mundial em parceria com o BNA, adianta que os números são influenciados, principalmente, pelos depósitos estimados em 2,35 mil milhões (25 por cento).

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