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Americanos escolhem hoje entre Donald Trump e Biden

Santos Vilola

Jornalista

Os norte-americanos votam hoje para a indicação dos delegados (congressistas e senadores) que vão eleger o quadra- gésimo sexto Presidente dos Estados Unidos, nas Presidenciais 2020.

03/11/2020  Última atualização 17H00
© Fotografia por: DR
Sem poderem escolher o Presidente e o Vice-Presidente da República por voto popular nacional, o equivalente, aqui em Angola, à eleição pelo círculo nacional, os votos dos eleitores correspondem à eleição de delegados que vão integrar o Colégio Eleitoral que vai decidir entre Donald Trump e Joe Biden quem deve dirigir o país nos próximos quatro anos.        
"Não temos realmente eleições nacionais nos Estados Unidos. Temos eleições em Estados e localidades, e são agregadas a nível nacional”, esclareceu Jeffrey M. Stonecash, Ph.D, professor de Assuntos Públicos e Cidadania da Escola Superior Maxwell da Universidade Syracuse, numa palestra virtual promovida pelo Departamento de Estado norte-americano dirigida a jornalistas que fazem a cobertura on-line das Presidenciais 2020.

O Presidente dos Estados Unidos não é eleito por voto nacional, porque basta ver que, em 2000 (Bush vs Algore) e 2016 (Trump vs Hillary), o candidato que venceu não conseguiu a maioria no voto popular.
Nas eleições norte-americanas, o candidato tem de vencer com maioria num Estado e, em consequência, conseguir o voto eleitoral estadual, que é determinado largamente pela população. Cada Estado obtém, pelo menos, três delegados. Um representativo e dois senadores. Há Estados que elegem até 66 delegados. 
 
Questionado porquê ape-nas candidatos de dois parti-dos concorrem, o académico esclareceu que o formato de disputa eleitoral nos Estados e localidades, associado à regra de "Vencedor único” (Winner Takes All), faz com que América não tenha um sistema de representação proporcional. 

"Isso faz com que um candidato opte por concorrer pelos republicanos ou democratas, e não por uma terceira força política onde, por força da regra, não seja eleito”, refere Jeffrey Stonecash.
Os Estados e as localidades têm uma diferença enorme nas disputas eleitorais. Uns são liberais, outros conservadores; uns ainda são rurais e outros centros urbanos com densa população.

Por conta da pandemia da Covid 19, a votação por correio, que começou há cerca de um mês, está a registar uma participação massiva dos eleitores. Cerca de 25 milhões de eleitores já votaram, mas cinco milhões destes viram o voto anulado por irregularidade, segundo as autoridades eleitorais. O voto antecipado também já começou há semanas e regista enormes filas.  

Mark J. Rozell, reitor da Schar School of Policy and Government, da Universidade George Mason, considerou que "o que pode acontecer nesta noite das eleições é que os resultados a serem divulgados sejam de pessoas que votaram pessoalmente.” 

Um dos especialistas convidados pelo Departamento de Estado norte-americano para orientar uma palestra virtual para jornalistas que cobrem as Presidenciais 2020, Mark Rozell disse recear que a contagem das cédulas de correio leve "alguns, talvez vários dias, talvez até mais.” 

O docente universitário esclareceu que, "provavelmente, não saberemos o resultado na própria noite das eleições, ao contrário do que sempre aconteceu.” "Teremos de aguardar pela contagem dos votos enviados (por correio) ”, acrescentou.

No sistema eleitoral mais complexo das democracias modernas, até para os próprios cidadãos norte-americanos, onde o Presidente da República é eleito Estado (federado) por Estado, matematicamente, "só é preciso ganhar um Estado por um voto para ganhar 100 por cento dos seus eleitores; a margem não importa.”
 
"Donald Trump, em 2016, conquistou muitos outros Estados por margens menores. Portanto, obteve a maioria do Colégio Eleitoral”, explicou, sustentando que não importa o resultado dos eleitores populares nacionais, a vitória depende da distribuição de votos entre outros pequenos Estados, porque muitos Estados têm populações tão concentradas no Partido Democrata ou no Partido Republicano que, realmente, não há competição nesses Estados.

Ao contrário de outras democracias, os Estados Unidos não têm todo o governo nacional eleito num ano. ”Não temos o que é comumente chamado de ‘eleições por mandato’, em que todo o governo federal é eleito num ciclo eleitoral, atribuindo um mandato a um determinado partido político para liderar”, reforça Mark Rozell, esclarecendo que o sistema estabelece as chamadas "eleições escalonadas” ao longo do tempo. 

Neste ciclo eleitoral de 2020, além do Presidente (Trump ou Biden) e do Vice-Presidente (Pence ou Kamala), os norte-americanos vão escolher ainda todo o Congresso e um terço do Senado. No meio do mandato (Mid Term Elections) de quatro anos do Presidente que for eleito, os norte-americanos elegem um novo Congresso, mudando boa parte dos membros existentes e também um terço do Senado. 

"Historicamente, quase sem exceção, as eleições do ‘meio de mandato’ tendem a colocar no cargo muito mais membros do partido da oposição”, refere Mark Rozell.
Resultado da Constituição do Séc. XVIII, o sistema eleitoral norte-americano nasceu da ideia de "dividir e fraturar” o poder em muitas direcções diferentes a fim de garantir que nenhum grupo detivesse todo o poder político. Naquela época, havia uma desconfiança muito profunda da autoridade do governo central. 

O país estava sob o jugo da monarquia britânica e travava uma revolução, e aqueles que fundaram a República não queriam uma autoridade fortemente centralizada, dando muito poder independente às unidades sub-nacionais.  
"É mais um indicador de como os americanos não querem centralizar ou concentrar o poder no poder executivo e no governo nacional, gostamos de cercar o Presidente com mais funcionários do partido da oposição no meio do mandato de quatro anos, tornando assim mais difícil para o Presidente levar adiante suas iniciativas políticas”, disse Mark Rozell.

Em Angola, o docente universitário angolano de Relações Internacionais, Osvaldo Mboco, considera que os últimos processos de eleições eleitorais nos EUA foram marcados por incertezas e surpresas. Um homem negro (Barack Obama) tornou-se Presidente da super potência do mundo e um homem do Reality Show e sem experiência política (Trump) tornou-se Presidente da nação líder do mundo livre. "Logo, fica difícil vaticinar o desfecho das eleições nos EUA, mas a competição política entre os republicanos e democratas e a performance dos dois candidatos Trump e Biden permitem criar cenários hipotéticos para o desfecho”, disse.

O especialista em Relações Internacionais refere que, em caso de reeleição do Presidente Trump, a política americana fundamentar-se-á na estratégia de continuidade e consolidação das políticas implementadas pelo Administração Trump no seu primeiro mandato, mas com mudanças pontuais face ao contexto internacional e os interesses circunstâncias dos EUA quer ao nível do plano interno e do externo.

"Num cenário contrário, marcado pela vitória de Biden, a política externa americana terá outra forma de abordagem dos assuntos internacionais, procurando colocar os EUA, nos espaços internacionais abandonado por Trump como a parceria transpacífico”, referiu.

Osvaldo Mboco considera que o actual contexto nos EUA coloca o Presidente em desvantagens pela forma como deu tratamento às questões da Covid-19 e pelo facto de negligenciar os avisos feitos pelos serviços de inteligências do país e os apelos das diferentes organizações. "O principal adversário do Presidente Trump é a Covid-19”, sustentou.

"O que poderá ser determinante para a vitória de um dos dois candidatos são as diferentes propostas que poderão melhorar as condições de vida dos americanos e a sua relação com o resto do mundo, mas, para isso, é importante convencer os eleitores dos principais Estados decisivos como Florida, Pensilvânia, Texas, Carolina do Norte e Ohio. Essas localidades somam o maior número de votos no Colégio Eleitoral e que, via de regra, indicam a tendência geral do eleitorado”, referiu.

O que divide os oponentes nestas eleições nos Estados Unidos são questões como o novo coronavírus, cuidados de saúde, crime e segurança, alterações climáticas, economia e o papel do governo, raça e questões culturais e a imigração.
Osvaldo Mboco entende que, quanto à África, o que poderá mudar com a eleição de um novo Presidente norte-americano, é quase nada, porque as linhas da política externa estão bem definidas e o que interessa aos americanos é a materialização dos interesses circunstâncias e permanentes dos EUA no continente. "Mas poderemos assistir a revogação, ou não, do Africa Growth Opportunity Act (AGOA), Lei de Oportunidade de Crescimento em África ou a alteração do formato do AGOA”, concluiu.


270: O número mágico

Donald Trump (candidato do Grand Old Party, designação original do Partido Republicano) e Joe Biden (candidato dos democratas) lutam pelos 538 eleitores no Colégio Eleitoral. Quem conseguir, no mínimo, 270 dos 538 eleitores deste colégio, torna-se Presidente dos Estados Unidos.

Os dados demográficos de cada partido (Republicano e Democrata) são fundamentais para a compreensão das eleições nos Estados Unidos. Os republicanos parecem muito ter um partido de maioria branca. São cerca de 90 por cento, ou partido mais de brancos não hispânicos, segundo Mark Rozell.

Califórnia, Nova Iorque e Maryland são Estados fortemente democratas. A previsão é que Joe Biden vença nesses Estados. Em função disso, o candidato presidencial não perdeu tempo a fazer campanha nesses Estados, por ser já um dado adquirido a vitória. 

A demografia eleitoral norte-americana tem o que é chamado de "Estados indecisos”, onde realmente acontece uma competição. São cerca de dez Estados em que, em cada ciclo eleitoral, se faz a diferença. São nestes Estados onde os candidatos gastam mais tempo em campanha.

Os democratas são cerca de 70 por cento brancos, mas têm os segmentos de crescimento mais rápido da população e em minorias, particularmente latinos e afro-americanos que, normalmente, votam bem mais de 90 por cento nos democratas.  
A disputa pelos votos da população latina nestas eleições deve ser interessante por causa da abordagem do Presidente Donald Trump à imigração e à fronteira com o México. Os democratas tendem a dar-se muito bem com o voto latino nos últimos ciclos eleitorais, segundo Mark Rozell.

Os segmentos de crescimento mais rápido da população norte-americana movem-se muito mais fortemente como democratas do que com republicanos, mas o Partido Democrata tende a concentrar-se em grandes áreas urbanas.

O desafio das primárias

Se Donald Trump e Mike Pence não tiveram oposição interna nos Republicanos para avançarem como candidatos do partido, já Joe Biden e Kamala Harris enfrentaram as primárias do Partido Democrata.  
Na corrida estavam, entre eles, Bernie Sanders, que, pela segunda vez, depois de 2016, era candidato à nomeação democrata para concorrer a Presidente dos Estados Unidos. Era também o que mais financiamento angariou, mas abandonou a corrida e endossou o seu apoio a Joe Biden. 

Kamala, que também esteve na corrida para a nomeação democrata para candidata a Presidente dos Estados Unidos, foi a que mais ataques pessoais fez a Joe Biden durante as primárias. Desistiu da corrida, e foi indicada pelo então Vice-Presidente da Administração Obama, Joe Biden, para candidata a Vice-Presidente da República.

O que acontece nas primárias, para ser apurado a concorrer a Presidente dos Estados Unidos, é que os chamados delegados são designados a cada candidato com base no resultado do voto popular de cada Estado ao longo do período de vários meses e o candidato que atinge a maioria dos delegados é nomeado para concorrer a Presidente na primeira votação na convenção nacional do partido.


Demografia eleitoral e o voto de religiosos

Factores como raça, etnia, religião, género e assimetrias regionais normalmente dividem os eleitores norte-americanos entre republicanos e democratas. 

Segundo Bradley Jones, pesquisador da conceituada empresa de sondagens e pesquisas Pew Research Center, o momento eleitoral nos Estados Unidos é "único e extraordinário”. "Coisas sem precedentes aconteceram com a pandemia e o im-peachment ao Presidente, diferentes tipos de eventos realmente tumultuosos, mas, nas tendências de longo prazo, acho que é útil colocar o momento presente em contexto para ver quem vence”, acrescentou. 

A maioria dos eleitores negros associa-se ao Partido Democrata e apenas uma pequena minoria diz que se sente mais próxima do Partido Republicano. Os hispânicos estão no meio, segundo os dados de pesquisas telefónicas feitas nos últimos 25 anos pela Pew Research Center.

Segundo o académico, há um aumento de asiático-americanos que se identificam com o Partido Democrata. "Vimos (nos últimos 25 anos) uma grande mu-dança em termos de um eleitorado cada vez mais instruído, e eleitores instruídos tendem para o Partido Democrata. Então, aqueles com diploma universitário ou mais educação agora tendem a ser democratas”, revela o académico.  

O eleitorado religioso nos Estados Unidos é outro factor importante. Neste segmento, Donald Trump tem o apoio evangélico, segundo uma tendência de longo prazo de apoio ao Partido Republicano por evangélicos brancos. "Eles são o grupo religioso mais solidamente republicano, católicos brancos e mórmons também tendem para o Partido Republicano ao longo dos últimos 25 anos”, indica Bradley Jones.  

Favoráveis aos democratas são alguns blocos sólidos - protestantes negros, católicos hispânicos, judeus e, cada vez mais, os "não filiados à religião”. "Aqueles que nos dizem que não têm religião ou que simplesmente não acreditam em Deus estão cada vez mais a favor do Partido Democrata”, segundo Bradley Jones.

A geografia é um factor importante nos Estados Unidos e o país tem continuado a urbanizar-se, diminuindo as áreas rurais nas últimas décadas. Segundo Bradley Jones, as zonas urbanas tendem a ser território do Partido Democrata, enquanto os lugares rurais para o Partido Republicano. 


O papel  dos debates presidenciais

Teríamos de recuar até 1960 para lembrar o primeiro debate presidencial, que opôs Richard Nixon e John Kennedy. Mas, depois, os debates tiveram um interregno até 1976, tudo por causa de Nixon, que sentiu que a sua performance nos debates terá feito com que perdesse as eleições de 1960. Sem ser uma exigência prevista em alguma lei eleitoral, nem requisito para um candidato concorrer a Presidente, os debates são apenas uma tradição de campanha eleitoral. Nixon foi candidato às presidenciais em 1968 e 1972, mas recusou-se a participar no debate presidencial.

Jimmy Carter foi, inicialmente, outro "esquivo” ao debate presidencial, mas a faltarem nove dias para a eleição entrou no debate e venceu.
Mas o historial regista o ano de 2016. Nas últimas eleições, Donald Trump e Hillary Clinton bateram o record de audiências. Cerca de 84 milões de pessoas acompanharam o último debate. Números só possíveis nas transmissões do Super Bowl.

Na memória deste debate ficou também o registo de ter sido o mais polémico e conflituoso, e com ataques pessoais protagonizados pelo comportamento "bully” do então candidato nomeado pelos republicanos, Donald J. Trump, que viria a vencer as eleições.

Qual é afinal a importância dos debates presidenciais? São vistos como uma oportunidade para um candidato, por via da sua performance, melhorar a percepção que o eleitor tem sobre a sua imagem, segundo Mitcell S. McKinney, Ph.D, professor de Comunicação na Universidade de Missouri, à imprensa.

"O debate é um único momento em que os candidatos estão frente-a-frente num palco e os eleitores valorizam esta oportunidade para comparar cada candidato”, justificou.
Os debates proporcionam sempre uma disputa em igualdade de armas entre candidatos, que normalmente não acontece em campanhas na imprensa, que muitas vezes toma partido e assume o apoio a uma candidatura.

Sem notas, teleponto ou ajuda dos assessores, os candidatos apresentam nestes debates argumentos que podem elevar a popularidade nas sondagens.
Os debates são organizados pela Comissão para os Debates Presidenciais, uma organização sem fins lucrativos e apartidária. Os debates são feitos entre os dois maiores partidos (Republicano e Democrata), à excepção de 1992, quando Rose Perot foi a terceira candidata.

Tem tudo nas eleições presidenciais nos Estados Unidos até nos órgãos de comunicação social. Quem assiste a Fox News e, depois, for ver a CNN ou a MSNBC pode pensar que está em mundos diferentes. Os liberais assistem a CNN ou a MSNBC. A Fox é a preferência dos conservadores.

Trump é muito conhecido por dominar a imprensa. Usa as redes sociais, sobretudo o Twitter. O Presidente norte-americano não tem medo de atacar os seus adversários. Há muitos senadores republicanos e congressistas com medo de enfrentá-lo no Twitter. 


Perfil dos candidatos Donald J. Trump

Donald John Trump (Nova Iorque, 14 de junho de 1946) é um empresário, personalidade televisiva e político americano, sendo atualmente o 45.º presidente dos Estados Unidos. Na eleição de 2016, Trump foi eleito pelo Partido Republicano ao derrotar a candidata democrata Hillary Clinton no número de delegados do colégio eleitoral; no entanto, perdeu por mais de 2,8 milhões de votos, a maior derrota nas urnas de um presidente eleito na história do país.[2] Ele foi empossado para o cargo em 20 de janeiro de 2017 e, aos 70 anos de idade, é a pessoa mais velha a assumir a presidência.

Trump nasceu e cresceu no Queens, um dos cinco distritos da cidade de Nova York, e recebeu um diploma de bacharel em economia da Wharton School da Universidade da Pensilvânia em 1968. Em 1971, recebeu de seu pai, Fred Trump, o controle da empresa de imóveis e construção Elizabeth Trump & Son, renomeando-a para The Trump Organization.

Durante sua carreira, Trump construiu torres de escritório, hotéis, cassinos, campos de golfe e outras instalações com sua marca em todo o mundo. Trump também foi dono do concurso de beleza Miss USA entre 1996 e 2015, fez breves aparições em filmes e séries de televisão, e apresentou e coproduziu o programa The Apprentice, um reality show que foi transmitido pela NBC entre 2004 e 2015. Em 2016, a revista Forbes o listou como a 324.ª pessoa mais rica do mundo e a 113.ª nos Estados Unidos, com um patrimônio líquido de 4,5 bilhões de dólares.

O voto dos afro-americanos

O voto dos afro-americanos ou "voto negro”, como é conhecido, desde 1960 que tem contribuído de forma "estável e constante” para o desenvolvimento da política americana nacional e local.
De acordo com Lorenzo Morris, Ph.D., professor e presidente emérito de Ciência Política na Universidade de Howard, o voto dos negros não diminuiu, tal como dizem alguns estudos de pesquisa, depois das eleições de 2016.

"O argumento era de que, em 2012, o voto dos negros superou o voto geral americano e, depois, caiu abruptamente na última eleição, em 2016. Não, se estabilizou”, disse numa palestra dirigida a jornalistas.   O académico lembrou que, desde a II Guerra Mundial, nenhum democrata, excepto Lyndon Baines Johnson, ganhou a presidência sem o voto dos negros. "Isso quer dizer que nenhum democrata, excepto Johnson, ganhou o ‘voto branco’”, referiu, acrescentando que, em 2012, sem o "voto negro”, Obama teria perdido as eleições, e por uma margem esmagadora.

"O ‘voto negro’ começou a ser democrata, não por motivos partidários, mas por motivos ideológicos. O ‘voto negro’ era cerca de 90 por cento democrata até à década de 1960. Entre 1952 e 1956, quando Eisenhower foi eleito Presidente dos Estados Unidos, o ‘voto negro’ era de 40 por cento para os republicanos”, sustenta.  Uma pesquisa recente, na Flórida, mostrou que Biden e Trump estão quase empatados. "Se você tirar o ‘voto negro’, Trump estará à frente por números esmagadores”, perspectiva.

O académico indicou que a população negra votante na Carolina do Norte é jovem e representa cerca de 23 por cento, segundo dados da Pew Research Center.
O Estado norte-americano da Geórgia tem uma população 33 por cento negra. "Todos esses, devido à pressão política, provavelmente serão significativamente influenciados pelo ‘voto negro’, acrescenta. Na Carolina do Sul, é cerca de 23 por cento.  


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