Desporto

Antigos seleccionadores são exemplos de sucesso

Após o final de carreira nem todos seguem essa estrada. Ser treinador é uma opção adoptada por muitos jogadores. No basquetebol, o número é cada vez maior, pois muitos antigos e ex-praticantes abraçam o ofício e têm obtido sucesso, casos de Raúl Duarte (57 anos), Apolinário Paquete (54), Aníbal Moreira (54), Paulo Macedo (52) e Manuel Silva “Gi” (52), todos com troféus conquistados.

05/11/2020  Última atualização 16H45
Do rol de profissionais bem-sucedidos fazem ainda parte Jaime Covilhã (56 anos) e Manuel Sousa "Necas” (58), embora o último tenha no palmarés, enquanto treinador, apenas o título de campeão da Liga dos Clubes Campeões Africanos sénior feminino, com o Interclube.  
  Raúl jogou no Vila Clotilde e Interclube tal como Covilhã. Paquete começou no Sporting de Luanda e teve passagens pela Maianga, 1º de Agosto e Interclube.  

  Aníbal deu início ao trilho no Ferrovia, tendo representado também o Petro de Luanda, 1º de Agosto e Queluz de Portugal. Macedo formou-se no 1º de Agosto e defendeu as cores do Sporting Clube de Portugal. Por sua vez, Gi alinhou pelo Desportivo da Banca, Ferrovia, Petro de Luanda, Física Torres Vedras e Queluz (as duas últimas de Portugal).   
Já Necas tem o condão desportivo ligado ao 1º de Agosto, bem como às equipas portuguesas do CAB Madeira e Anadia. Qualquer um dos treinadores tem mais de 10 anos de treinamento.    

Macedo resgata  troféu em 2013 

Depois da trajectória memorável enquanto jogador ao serviço da Selecção Nacional sénior, à qual chegou aos 17 anos, em 1987, assumiu o protagonismo do base principal. Macedo segue o mesmo trilho ao fazer jus ao estatuto de campeão. A sina adquirida na quadra, que a abandonou em 1995, repete-a no banco, onde se senta nas vestes de técnico desde 1998.  
O antigo base do "cinco nacional”, com o qual ergueu medalhas de ouro nos Campeonatos Africanos das Nações, Afrobasket'1989, 1991 e 1993, estreou-se como técnico principal em 2012, no 1º de Agosto.   
Em 2013, Paulo Macedo conquistou a Supertaça Wlademiro Romero, Taça de Angola, Torneio Victorino Cunha, Campeonato Nacional e, a terminar, resgatou, na cidade de Abidjan, Costa do Marfim, na qualidade de seleccionador nacional sénior masculino, o título de campeão do Afrobasket, perdido em 2011, em Antananarivo, Madagáscar.   
Com os rubro e negros ganhou, em quatro anos, dois campeonatos nacionais, duas Taças de Angola, igual número de Supertaças Wlademiro Romero e Taça dos Clubes Campeões africanos.

Aníbal conquista  ouro com a Selecção
 
Depois de sucessivos falhanços de chegar ao ouro, Aníbal Moreira conquistou, em 2011, na vestes de treinador principal da Selecção Nacional sénior feminina, o inédito e ambicionado título do Campeonato Africano das Nações, disputado em Bamako, Mali, com vitória na final, por 62-54, sobre o temível Senegal. Antes, a terceira posição, medalha de bronze em 1981, 1986, 1994, 2007 e 2009, havia sido a melhor prestação.
No ano seguinte, de forma insólita, marcou presença nos Jogos Olímpicos de Londres'2012, na Inglaterra. Em 2013, em Maputo, Moçambique, revalidou o ceptro africano ao vergar no derradeiro encontro as anfitriãs por 64-61.  O feito permitiu a si e a Angola jogar pela primeira vez um Campeonato do Mundo, realizado na Turquia, em 2014.  
Com a equipa sénior feminina do 1º de Agosto, agregou ao currículo três campeonatos nacionais em 2005, 2007 e 2008. Levantou ainda quatro Taças de Angola e igual número de Supertaças, além de ter sido campeão africano de clubes em 2006.  

Gi falha resgate   do título de 2015 

Manuel Silva "Gi”, a quem foi confiada a missão de revolucionar o basquetebol de escalões etários abaixo dos 18 anos pela direcção da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), à época presidida por Paulo Madeira, também alcançou proeza única ao erguer, em 2013, em Antananarivo, Madagáscar, com a Selecção Nacional Sub-16 masculina, a Taça de campeão africano.  

O primeiro lugar do pódio permitiu ao combinado angolano jogar, em 2014, o Campeonato do Mundo Sub-17, disputado no Dubai, Emirados Árabes Unidos.  
Merecedor de dar sequência ao trabalho, o treinador foi responsável por voltar a conquistar o Africano Sub-18 (júnior) masculino, em 2016, no Rwanda, 28 anos depois. Na sequência, qualificou "o cinco nacional” para o Mundial Sub-19 com palco no Egipto, em 2017. 

O percurso com os Sub's valeu a "Gi” a ascensão ao cargo de seleccionador nacional sénior masculino no consulado do presidente demissionário, Hélder Martins da Cruz "Maneda”. O compromisso era resgatar o título do Afrobasket'2015, perdido para a Nigéria.  
Rotulado "papa títulos”, Manuel Silva falhou, em 2017, na primeira organização conjunta da prova (Senegal e Tunísia), o resgate do troféu. No Petro de Luanda, como adjunto de Lazare Adingono e Alberto Babo, conquistou dois campeonatos nacionais.

Raúl sem experiência  de treinador principal 

Sem experiência de ter orientado como treinador principal uma Selecção Nacional sénior masculina num Afrobasket, Duarte tem vasto currículo como adjunto.  Pois, em 1995, foi campeão como adjunto do malogrado Wlademiro Romero, no Afrobasket de Argel (Argélia).   
Com Mário Palma, ganhou os títulos em 2001 (Marrocos) e 2003 no (Egipto). No mesmo ano, foi medalha de ouro nos Jogos Pan-Africanos de Abuja (Nigéria).  

Em 2007, repetiu o feito nos Pan-Africanos de Argel (Argélia). Como seleccionador sénior feminino foi medalha de bronze, em 1994, no Campeonato Africano sénior feminino, na África do Sul.  
No Recreativo do Libolo, sagrou-se campeão, em 2012, vencedor da Supertaça Wlademiro Romero e da Taça de Angola em 2010 e 2011.  
Em 2008, no 1º de Agosto, foi campeão nacional sénior feminino, vencedor da Taça de Angola e da Supertaça.   
Com a equipa sénior masculina do Petro de Luanda conquistou a Taça de Angola, em 2004.   
No Interclube, com a equipa sénior feminina, ergueu os troféus dos campeonatos nacionais de 1985, 1986, 1987, 1988, 1989, 1990 e 1991. Com o Desportivo da Nocal, fê-lo em 1992, 1993, 1994, 1996, 1998 e 1999.
 
Paquete é o que mais campeonatos ganhou

Voltado para o treino a partir de 1984, o primeiro desafio de Apolinário Paquete foi nas escolas do 1º de Agosto como treinador-adjunto. Natural de Malanje, Paquete é o treinador angolano com mais conquistas da Taça dos Clubes Campeões Africanos sénior feminino.  
Dos cinco "anéis” do Interclube, levantou três como treinador principal. O primeiro em 2010, o segundo em 2011 e o terceiro em 2013. Nas duas primeiras conquistas, festejou o Torneio Aberto e o Campeonato Provincial de Luanda, bem como os títulos de campeão nacional, Supertaça e da Taça de Angola.   
No 1º de Agosto, também comemorou a conquista de campeonatos nacionais, Taças de Angola e Supertaças.
O ponto alto da carreira ocorreu em 2002, quando foi nomeado seleccionador nacional feminino.   
Com o "cinco” nacional, a melhor classificação obtida foi o quarto lugar, em 2003, nos Jogos Pan-Africanos de Abuja-Nigéria e no Campeonato Africano das Nações, Afrobasket, disputado em Maputo, Moçambique. 

Covilhã começou  em 1983 no Inter 

Iniciado para o treinamento em 1983 nos cadetes masculinos do Interclube, equipa com a qual ergueu dois campeonatos nacionais e três provinciais, Jaime Covilhã alcançou o ponto alto da carreira em 2007, quando ganhou, com a Selecção Nacional 'B', o Campeonato Pan-Africano disputado na Argélia.    
Com a selecção júnior feminina, conquistou um campeonato Africano, em 1999, no Senegal. Nas vestes de adjunto de Mário Palma, obteve os troféus de quatro campeonatos nacionais, igual número de Taças de Angola e de Supertaça Wlademiro Romero.  

Necas ergueu Taça dos Clubes 
 
Em 1996, Necas abriou o primeiro desafio ao treinar a equipa do GMX. No percurso profissional, teve passagens pelo Sporting de Luanda (1997), ASA (1999) e Interclube (2003 a 2018).   
A 11 de Setembro de 2018, regressou ao 1º de Agosto, depois de ter saído do Interclube, onde conquistou, em 2014, com a equipa sénior feminina, a Taça dos Clubes Campeões.

 

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