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Zaire regista dois primeiros casos de óbito

A província do Zaire registou os dois primeiros casos de óbito de Covid-19, disse, ontem, em Mbanza Kongo, o director do Gabinete Provincial de Saúde, João Miguel Paulo.

06/11/2020  Última atualização 11H25
© Fotografia por: Adolfo Dumbo| Edições Novembro
As duas mortes ocorreram nos municípios de Mbanza Kongo e Nzeto, sendo as vítimas uma mulher, de 57 anos, e um efectivo das Forças Armadas Angolanas (FAA). "O primeiro caso foi transferido do Nzeto para Mbanza Kongo. Deu entrada no Hospital Provincial e, dez minutos depois, faleceu. O paciente apresenta graves problemas respiratórios. A vítima, uma senhora de 57 anos, terá sido contaminada num velório em Luanda. O segundo caso trata-se de um militar da Enfermaria Militar do Kinzau, em Mbanza Kongo, que se encontrava doente e apresentou dificuldades respiratórias graves e, dias depois, veio a falecer”, explicou.
Na sequência da morte do efectivo das FAA, referiu, a Comissão Provincial Multissectorial de Prevenção e Combate à Covid-19 fez o rastreio dos contactos directos e indirectos na aldeia do Kinzau, onde está localizada a Enfermaria Militar e foram diagnosticados 13 casos positivos da pandemia.Ainda na cidade de Mbanza Kongo, o bairro Martins Kidito notificou também um caso positivo de Covid-19, igual número no bairro Sagrada Esperança, além dos casos do município do Tomboco. Má influência 

O director do Gabinete Provincial da Saúde denunciou que alguns imigrantes da República Democrática do Congo (RDC) estão a influenciar a população do Zaire a desrespeitar as medidas de prevenção, porque na sua óptica o vírus Sars-Cov-2 não passa de um mito."É sabido que a população da província do Zaire duvida da existência do vírus Sars-Cov-2, com destaque para os habitantes dos municípios de Mbanza Kongo e Tomboco, porque têm sido mal influenciados por alguns elementos vindos da RDC que, mais valorizam os negócios e desvalorizam a existência da Covid-19”, acusou.

João Miguel Paulo, também porta-voz da Comissão Provincial Multissectorial de Prevenção e Combate à Covid-19, disse que os cidadãos da RDC desincentivam a população local a cumprir as medidas de biossegurança contra a Covid-19, cuja consequência é o aumento vertiginoso do número de casos positivos, cuja estatística aponta para um total de 294, sendo 196 recuperados e 98 activos.

Tomboco

No município do Tomboco, com cinco casos positivos de Sars Cov-2, a maior parte da população recusa-se a usar a máscara. De acordo com João Miguel Paulo, a aldeia de Nzawevua e o bairro Kimbenza constituem as zonas mais afectadas pela pandemia e onde os mais velhos são os mais incumpridores das medidas de biossegurança.

"O Tomboco é uma área muito complicada. A população não gosta de fazer uso da máscara. No bairro Kimbenza já existe um caso positivo de Covid-19. Trata-se de um senhor que não cumpre com as normas de prevenção e participa em óbitos como orador. A equipa de resposta rápida fez o seguimento dos contactos e encontrou outros dois casos positivos”, acrescentou.Apesar do comportamento desviante dos cidadãos da região, as autoridades sanitárias continuam a sensibilizar a população sobre o cumprimento das medidas de biossegurança em locais públicos.