Política

Caála tem 800 casas para a juventude

Trinta por cento das moradias da Centralidade da Caála, no município homónimo, na província do Huambo, estão destinados aos jovens na Função Pública, empresas privadas ou filiados em associações.

08/11/2020  Última atualização 06H34
Ministra de Estado para a Área Social reafirmou que o desenvolvimento humano continua a ser das prioridades do Executivo © Fotografia por: Santos Pedro | Edições Novembro
A quota destinada à juventude corresponde à 800 das 4.001 moradias da centralidade, inaugurada, ontem, pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, no âmbito dos 45 anos de Independência Nacional, a assinalar-se no dia 11 deste mês.

A Centralidade da Caála, a 23 quilómetros da cidade do Huambo, orçada em mais de 500 milhões de dólares, vai albergar mais de 28 mil moradores.
As moradias da centralidade, baptizada com o nome de Fernando Faustino Muteka, antigo governador do Huambo, vão ser comercializadas em diferentes regimes, como arrendamento, renda resolúvel, pronto pagamento e pagamento em 50 por cento, com o restante a ser liquidado em cinco anos.

Na distribuição de quotas, o Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território, através do Instituto de Gestão Habitacional, atribuiu, à Função Pública, 2.800 moradias, correspondente a 30 por cento.
Às empresas públicas e privadas foram atribuídas 600 moradias (15%) e gestão de emergência, 400 (10%), enquanto os antigos combatentes e veteranos da pátria e pessoas portadoras de deficiências ficaram com 5 por cento cada uma, o equivalente a 200 moradias.

Ao usar da palavra, a ministra de Estado para a Área Social reafirmou que o desenvolvimento humano continua a ser uma das prioridades do Executivo, sendo disso prova a inauguração da Centralidade da Caála. A nova cidade, disse, vai permitir a milhares de famílias concretizarem, pela primeira vez, o sonho da casa própria, elevando, em simultâneo, o aceso à educação, assistência sanitária e outros serviços com melhor qualidade.

Carolina Cerquieira apelou aos cidadãos que se juntem ao esforço colectivo pela inclusão e coesão sociais, sublinhando que o Estado, em pareceria com as empresas, cooperativas agrícolas e outras organizações, deve promover o emprego dos jovens, de modo a "engradecer o nosso país”, com tranquilidade e estabilidade.

"O desemprego e a pobreza são duas lutas que teremos de vencer”, declarou a ministra de Estado, para quem estes desafios são ultrapassáveis, havendo uma convivência entre os angolanos, "com o reforço do sentimento patriótico”, alicerçado no respeito pelas instituições do Estado e dos símbolos nacionais.

Defendeu que "as novas gerações precisam de assimilar valores, como dignidade, tolerância, solidariedade, respeito à diferença, liberdade e justiça. Disse serem estes os factores que ajudarão o país a progredir, diminuindo as diferenças sociais, e reforçar o "sentimento de unidade nacional”.

A centralidade da Caála começou a ser construída em 2011, cabendo a Fernando Faustino Muteka, à época governador da província do Huambo, o lançamento da primeira pedra. Daí a razão para a atribuição do seu nome ao empreendimento.
Além da Centralidade da Caála, a província do Huambo tem outra, a do Lossambo, nos arredores da cidade.

  Fomento e apoio ao acesso habitacional

O ministro das Obras Públicas e Ordenamento do Território garantiu, ontem, no município da Caála, o compromisso do Executivo no fomento e apoio ao acesso à habitação, sobretudo aos mais jovens, nas novas urbanizações que estão a ser construídas em todo o país.

Manuel Tavares de Almeida, que falava no acto de inauguração da Centralidade da Caála, realçou que o acesso à habitação é um dever consagrado na Constituição, visando "salvaguardar a dignidade da pessoa humana”, constituindo, por este facto, uma das tarefas prioritárias do Executivo constantes no Programa de Desenvolvimento Nacional 2018-2022. "Hoje provamos, mais uma vez, no município da Caála, como nas demais províncias do país, o engajamento e o compromisso do Estado na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, dando a oportunidade de acesso às novas urbanizações aos jovens desta região planáltica, não obstante as dificuldades que os mesmos enfrentam, no que toca à falta de habitação”, disse.

A inauguração da Centralidade da Caála, segundo perspectiva da direcção do Instituto de Gestão Habitacional, vai gerar 2.500 empregos directos e indirectos, na manutenção operacional , incluindo a actividade comercial nas 280 lojas construídas. 

Na cerimónia, jovens, ouvidos pelo Jornal de Angola, manifestaram-se "eufóricos e orgulhos” com a inauguração da Centralidade, realçando que "irá resolver o problema de milhares de pessoas”, em termos habitacionais e de emprego, pelo que exortam a mais facilidades nas modalidades de acesso.

Adriano Adolfo e António Pedro Isaac, funcionários da Administração Municipal da Caála, sublinharam que "é sonho de todo jovem ter casa própria”, pelo que vão aguardar pelo período de comercialização das habitações para formalizarem as candidaturas.
Os dois jovens acreditamos que a Centralidade da Caála trará muitos ganhos.



Especial