Economia

Produção de mel pode chegar às 200 toneladas

Angola pode expandir a capacidade de produção de mel, diversificando a economia com novas regras e técnicas modernas, de acordo com cálculos da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).

08/11/2020  Última atualização 17H41
Angola tem cerca de 100 mil apicultores e uma produção de mel estimada em 90 toneladas/ano © Fotografia por: DR
Com cerca de 100 mil apicultores, a produção de mel pode aumentar das actuais 90 toneladas para cerca de 200 toneladas por ano, segundo projecções. Em parceria com o Governo angolano, a agência identificou o sector como um canal para ajudar na diversificação da economia. Até 2022, Angola faz a transição de economia menos avançada para nação de rendimento médio.

De acordo com a UNCTAD, as abelhas são fundamentais para a segurança alimentar e conservação da biodiversidade. O petróleo é hoje a principal mercadoria no país, representando cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB). O recurso foi responsável por 93 por cento das exportações em 2019.

A UNCTAD lembra que Angola era um dos maiores produtores globais de mel, na década de 1950. Em declarações à ONU News, o gestor do Programa das Nações Unidas de Reforma e Modernização do Comércio Externo em Angola, Olívio Borges, falou de potenciais ganhos com a Janela Única do Comércio Externo.

Olívio Borges crê que novas regras possam impulsionar o comércio e ajudar o ambiente, os empreendedores e comunidades rurais. "Haverá ganhos múltiplos, desde a simplificação dos processos, procedimentos e documentos para importar e exportar mercadorias”, disse.

O gestor sublinhou, igualmente, a importância de um "maior e melhor controlo em termos daquilo que é ilegal importar ou exportar, passando concretamente por questões do ambiente ou de protecção de espécies animais e vegetais ameaçadas, a Convenção de Washington”.

As abelhas são as mais conhecidas entre polinizadores, com mais de 20 mil espécies.
O especialista da ONU realçou, ainda, como os produtores de mel podem ter o dia-a-dia com uma operação "mais simples, transparente e previsível”.  "Os custos também irão diminuir, serão previsíveis. O importador ou exportador saberá que, se quiser exportar mel, estes são os requisitos legais, estes são os documentos ou procedimentos e esses são os interlocutores”, afirmou.

Os benefícios de uma retoma ou ampliação do negócio de produtos como o mel estão na mira de cidadãos como Max Vicente, formado no Brasil, que quer expandir o negócio de mel orgânico e natural da província do Huambo.  
O empreendedor apostou na actividade em 2012, após concluir o doutoramento em Zootecnia e aprender bases da apicultura, em São Paulo, no Brasil. Actualmente, a produção chega a duas toneladas de mel por ano, que são vendidas inteiramente em Angola.
Max Vicente já faz planos para entrar nos mercados estrangeiros.

Especial