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Doadores prometem mais de 5 mil milhões de euros

A União Europeia, os Estados Unidos e outros países prometeram mais de 5 mil milhões de euros em auxílio para combater os efeitos do conflito e apoiar os refugiados na Síria.

31/03/2021  Última atualização 18H26
Situação na Síria é crítica © Fotografia por: DR
No Noroeste do país, região sob controlo dos rebeldes, três quartos dos 4,3 milhões de pessoas enfrentam uma situação de insegurança alimentar. "Para além de subsídios, as instituições financeiras internacionais e doadores anunciaram empréstimos na ordem dos 5,9 mil milhões de euros”, anunciou Janez Lenarcic, o comissário europeu para a gestão de crises.
A conferência anual de doadores reuniu mais de meia centena de países e organizações financeiras internacionais. Antes do encontro, o Alto Representante da União Europeia Josep Borrell afirmou que cabe aos sírios decidirem o futuro do país.

"O futuro da Síria não pertence a nenhuma das facções e a nenhum dos poderes exteriores. Cabe aos sírios decidirem e liderarem as negociações sob os auspícios das Nações Unidas. O regime sírio deve tomar passos nessa direcção. Se o fizerem, nós responderemos”, afirmou o alto funcionário europeu. Centenas de milhar de pessoas morreram neste conflito que gerou uma das piores crises de refugiados do mundo.

A Organização das Nações Unidas pedia, pelo menos, oito mil milhões de euros para fazer face, em 2021, à emergência humanitária em que se encontra mais de metade do povo sírio. Na conferência, a UE  comprometeu-se a contribuir com 560 milhões de euros.
O chefe da diplomacia europeia pediu ao Governo de Bashar Al-Assad a realização de eleições livres e justas, ao fim de dez anos de conflito. "Os sírios devem poder decidir sobre o seu futuro”, disse.


UE com pouca influência diplomática na Síria
Os analistas duvidam do poder diplomático do bloco europeu na negociação política mediada pela ONU em nome de uma revisão da Constituição da Síria.
"Se olharmos para o papel da União Europeia no passado, na última década, podemos afirmar, categoricamente, que tem sido um actor humanitário muito importante, até mesmo líder nessa matéria, tendo em conta a quantidade de dinheiro aplicada no conflito na Síria, seja para assistência no interior do país como na ajuda aos países da vizinhança que receberam refugiados sírios. No entanto, ao nível político, a União não tem tido capacidade para influenciar o processo de negociação política”, explicou Armenak Tokmajyan, analista político no Centro Carnegie para o Médio Oriente, em Beirute (capital do Líbano).

Dez anos decorridos sobre o início do conflito na Síria, 86 por cento das crianças deslocadas não querem regressar ao país.
Este é o resultado de um estudo conduzido, recentemente, pela ONG "Save the Children”. O estudo revelou ainda que uma em cada três crianças não tem intenção de regressar à Síria no futuro.
"Disseram-nos que enfrentam muitas dificuldades devido à discriminação nos países onde se encontram. Têm dificuldades sem educação. Existem problemas de violência e intimidação. Estas crianças enfrentam todos estes problemas após 10 anos de guerra. Elas deparam-se com estas dificuldades todos os dias”, denuncia Ahmed Bayram da "Save The Children”, no Líbano. O estudo envolveu uma amostra de 1900 crianças e assistentes espalhados por centros na Jordânia, Líbano, Turquia, Países Baixos e na própria Síria.

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