Desporto

Duelo da “quarentena” marca regresso do 1º de Agosto

Honorato Silva

Jornalista

A disputa da oitava jornada do Girabola, hoje, traz como destaque o regresso do 1º de Agosto à competição, diante do FC Bravos do Maquis, quase um mês depois do último desafio que deu lugar ao cumprimento de 15 dias de quarentena institucional, devido ao contacto com os sul-africanos do Kaizer Chiefs, ante à preocupação de evitar a importação da nova estirpe da Covid-19

02/02/2021  Última atualização 10H30
Militares e maquisardes, a sairem do confinamento, protagonizam duelo de cartaz da jornada © Fotografia por: Vigas da Purificação| Edições Novembro
O capricho do calendário assinala a reentrada dos militares, tetra-campeões nacionais em título, exactamente frente aos maquisardes do Luena saídos do isolamento por causa de vários casos positivos da pandemia no plantel, entre atletas, técnicos e dirigentes.
A questão de fundo no lançamento do jogo prende-se com a capacidade de resposta de duas equipas que se viram obrigadas a descontinuar o seu processo evolutivo, após uma pré-temporada acelerada, por forma a fazer face às exigências das Afrotaças e ao início da competição interna.

Sem os préstimos do técnico Paulo Duarte, retido em Portugal pelo encerramento das fronteiras, os rubro e negros assumem prontidão para o regresso à normalidade competitiva. Aliás, o "capitão” Dani Massunguna, poupado do recolhimento completo por na altura estar a recuperar de lesão, fez questão de afastar a longa paragem da justificação de um eventual insucesso, hoje às 17h00, no Estádio Nacional 11 de Novembro.  

Escalar o Moco

Com apenas três pontos somados, os jogadores do 1º de Agosto estão compenetrados da exigência do desafio de recuperar terreno na tabela classificativa, que pela dificuldade é comparada à missão de superar o Morro do Moco, o ponto mais alto de Angola. O facto de o pleno nas jornadas por cumprir, incluindo o clássico dos clássicos de domingo com o arqui-rival Petro de Luanda, representar o assalto da liderança com considerável folga, anima a formação do Rio Seco, cujo comando está a cargo dos angolanos Mário Soares, Filipe Nzanza e Ivo Traça.

Além de permitir aquilatar o estágio de forma do plantel, numa espécie de ensaio geral para o jogo grande do final de semana, com o foco na conquista dos três pontos, sem se importar tanto com a qualidade, pode deixar indicadores da capacidade da equipa que brevemente vai discutir a presença na fase de grupos da Taça Nelson Mandela, frente ao Namungo FC da Tanzânia.
Do lado do Bravos do Maquis a mensagem passada ao exterior é de determinação e vontade férrea de responder ao percalço causado pela Covid-19 dentro do registo de competitividade que caracteriza o clube, mesmo com as limitações impostas pela ausência forçada dos treinos do "núcleo duro” da equipa. Deste modo, perde força a ideia de cumprimento de calendário.  

Conforto no topo

Outra caixa alta da ronda é colocada na visita do Petro ao Estádio Municipal dos Coqueiros, para defrontar o Progresso Sambizanga. Avisados do perigo representado pelo adversário, muito dado a colocar grãos de areia na engrenagem dos candidatos ao título, nomeadamente dos dois colossos do futebol angolano, os tricolores às ordens do espanhol Antonio Cosano vão à Baixa luandense certos de que precisarão de algo para lá dos serviços mínimos, caso queiram evitar novo desperdício de pontos.

A tradição de fazer jogos equilibrados com os petrolíferos funciona como tónico motivacional no balneário dos sambilas, que encontram aliado nas dimensões reduzidas do campo, para embaraçar as ideias a um adversário que joga com muito conforto no 11 de Novembro. A abordagem do Recreativo da Caála, da qual resultou o empate (0-0) diante do Petro, parece dar luzes aos pupilos de Paulo Dias e Diogo Pedro "Dione”.

O calendário da oitava jornada inscreve igualmente para hoje, a partida Interclube - Ferrovia do Huambo. Após a queda com estrondo na recepção ao Sporting de Cabinda, derrota (0-1), está no ar a curiosidade à volta da capacidade dos polícias, orientados pelo português Ivo Campos, travarem a locomotiva a transbordar juventude comandada por Agostinho Tramagal, que contra todas as expectativas ocupa o segundo lugar da prova.

O Recreativo da Caála é visitado pela Académica do Lobito, o Recreativo do Libolo de Romeu Filemon procura capitalizar os dois triunfos consecutivos, na recepção ao Sagrada Esperança, o Desportivo da Huíla é posto à prova no reduto da Baixa de Cassanje e o Wiliete de Benguela tem de ficar atento ao estoicismo do Sporting, no périplo pelo país marcado da geografia do Girabola.

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