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Escassez de chuvas ameaça a produção agrícola no Uíge

Valter Gomes| Uíge

A produção agrícola desta temporada, na província do Uíge, está comprometida, devido à escassez de chuvas.

19/01/2021  Última atualização 12H55
Camponeses noUíge organizados em associações e cooperativas receberam apoios do Governo para esta época agrícola © Fotografia por: Vigas da Purificação| Edições Novembro
As culturas de  feijão, ginguba, milho, batata-doce, cebola, entre outras, estão a secar, o que pode provocar penúria alimentar, nos próximos tempos, em toda a região. Camponeses organizados em  associações e cooperativas  e pequenos agricultores das zonas rurais estimam que a campanha agrícola desta época terá resultados muito aquém do perspectivado,  por falta de chuva que está a obrigar os camponeses a pararem de plantar.

Carlos Domingos, responsável de uma associação agrícola familiar, na localidade de Cungula, disse ao Jornal de Angola que   a entidade que dirige preparou dois hectares e meio com várias culturas, mas metade das plantações secou devido à estiagem, o que o leva a prever, que nos próximos dias, haja escassez de alimentos na localidade.

A camponesa Teresa José não espera proventos da sua produção, pois, plantou em terrenos menos húmidos a contar com chuvas regulares desta época. "Estamos preocupados com a falta de chuva, as plantas estão a murchar, as flores estão a cair. Portanto, é sinal de que não teremos alimentos suficientes brevemente”, lamentou.

Para o director do Gabinete Provincial da Agricultura, Eduardo Gomes, a estiagem vai provocar sofrimento às famílias nas zonas rurais, por  terem a agricultura como o principal meio de subsistência. "A população rural vive essencialmente da agricultura”,  frisou. 

O responsável lembrou que, no ano passado, a província recebeu, do Ministério da Agricultura, 50 tractores com alfaias para os camponeses vinculados em associações  e cooperativas, o que  permitiu cultivar 526 mil hectares.
Eduardo Gomes informou que muitos agricultores da província foram, igualmente, apoiados com instrumentos básicos de trabalho, fertilizantes e sementes melhoradas de feijão, milho e arroz. "Com os apoios que o Governo deu, a expectativa era de que a colheita nesta época seria em grande escala, mas não será possível por falta de chuvas”, deplorou. 

O Gabinete Provincial da Agricultura tem o registo de 51 cooperativas,  686 associações agrícolas e pequenos produtores organizados, envolvendo mais de 200 mil famílias.

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