Mundo

Etiópia enfrenta crise de nacionalismo étnico

A Etiópia enfrenta uma crise crescente de nacionalismo étnico que alguns temem quepossa separar o segundo país mais populoso da África. A estrada sinuosa para a região ocidental de Tigray mostra as ruínas da guerra: os restos carbonizados de veículos blindados de transporte de pessoal, as paredes esburacadas de um parque industrial, etc.

05/05/2021  Última atualização 09H25
© Fotografia por: DR
Uma recente reportagem da Reuters, refere que não há telefone ou serviço de Internet, passados seis meses desde que o Governo lançou a operação militar na região de Tigray para capturar os seus líderes fugitivos. A anexação de uma vasta parte do Oeste de Tigray pelas autoridades forçou centenas de milhares de Tigrayans a procurar refúgio num outro lugar, inclusive na fronteira com o Sudão.  Atrocidades generalizadas são relatadas e milhares de pessoas foram mortas.

Com o aumento da violência, muitos se perguntam como poderá o Governo realizar as eleições nacionais em Junho. O país mais populoso da África, tem 110 milhões de habitantes.
O escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas disse que todos as partes são acusadas de cometer abusos contra civis, embora muito mais assassinatos, estupros e expulsões em massa sejam atribuídos às forças etíopes e aos aliados regionais de Amhara ou, especialmente, tropas da vizinha Eritreia.

No último fim-de-semana, o Conselho de Ministros da Etiópia quase que encerrou as esperanças de negociações pela paz ao designar como organização terrorista a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), o partido regional que dominou uma coligação de grupos que governou o país de 1991 até que o Primeiro-Ministro Abiy Ahmed assumiu o cargo em 2018.
 O TPLF, como alguns outros na Etiópia, tem uma base étnica que há muito representa o povo de Tigray de acordo com a Constituição do país de 1995, que consagra o federalismo étnico.

 
Cinco mil crianças
Cerca de cinco mil crianças foram separadas das famílias devido à intervenção militar na Etiópia que começou em Novembro de 2020 para derrubar a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), informou a organização Save the Children, citada ontem  pela agência de notícias Reuters.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo