Economia

Exploração de terras raras em menos de dois anos

Marcelino Wambo | Huambo

Jornalista

A exploração das terras raras em Longonjo, Huambo, começa dentro de menos de dois anos, depois de concluir a fase de prospecção, anunciou, sexta-feira, a coordenadora em exercício do projecto Ozango Minerais, Geraldine Tchimbali.

16/05/2021  Última atualização 11H54
Primeira fase do projecto incide sobre a montanha de Tchimbilundo, nos arredores da Longonjo © Fotografia por: Marcelino Wambo | Edições Novembro | Longonjo
A geóloga, que falava à imprensa sobre as acções até ao momento desenvolvidas no projecto, explicou que, quando terminar a fase de prospecção, aguardar-se-á pela instalação dos equipamentos na medida em que forem adquiridos para, a seguir, entrar-se na exploração de neodímio e praseodímio, para o que há estimativas de um processamento médio de dois milhões de toneladas por ano.

As duas espécies de terras raras, notou, são metais usados para fabricar ímanes permanentes, ultra fortes e leves, para o uso final em veículos eléctricos, turbinas eólicas e electrónicos modernos como os telemóveis, podendo ser obtidos ao longo de oito a nove anos na primeira fase do Ozango Minerais, onde a exploração ocorre sobre uma superfície de mais de dois quilómetros quadrados.
Geraldine Tchimbali considerou "satisfatório” o grau de execução do projecto, mesmo no contexto da pandemia da Covid-19, que condicionou a montagem dos equipamentos e o início da primeira fase de exploração.

Perfuração bem-sucedida  
No período de prospecção, desde 2017, foram feitos 369 furos, com mais de 21 mil metros de perfuração, um trabalho que, disse a engenheira geóloga, permitiu a extracção de 150 toneladas de amostras de terras raras enviadas, no entanto, para um dos laboratórios da Austrália para as análises necessárias.

O projecto de exploração de Ozango Minerais, localizado na montanha de Tchimbilundo, arredores da vila de Longonjo, prevê absorver cerca de 400 trabalhadores, sendo que 50 por cento da mão-de-obra a ser contratada será local. Uma delegação do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (Mirempet) visitou, na quinta e sexta-feira, os projectos da Ozango Minerais, em Longonjo, e Deimang, de exploração de ouro no município do Chipindo, Huíla, para uma avaliação do grau de execução.

O director do gabinete de Tecnologia de Informação e Comunicação Institucional do Mirempet, Luciano Canhanga, disse, no final da visita, que a delegação ficou com "boa impressão” dos trabalhos que estão a ser realizados, apesar de as restrições causadas pela Covid-19 estarem a inviabilizar algumas situações.
 Os dois projectos são, desde a ascensão do país à Independência, os primeiros de produção aurífera e de terras raras, sublinhou a geóloga, sendo necessário trabalhar na sensibilização da população a não pelo garimpo (no caso do ouro), por constituir um perigo e ser punível na lei vigente. 

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