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Explosão causa vários feridos próximo da Catedral Católica

Várias pessoas ficaram, ontem, feridas numa explosão perto da Catedral de Makassar, na Indonésia, disse a Polícia, que indicou suspeitar que fosse causada por uma bomba.

29/03/2021  Última atualização 06H10
Agente da Polícia realiza patrulhamento na rua principal da Catedral Católica de Makassar © Fotografia por: DR
"Houve uma explosão e suspeitamos que foi produzida por uma bomba”, declarou o porta-voz da Polícia das Celebes do Sul, E. Zulpan, citado pela agência de notí-cias France-Press (AFP), sem especificar o número exacto de feridos. "Encontrámos pedaços de corpos humanos e estamos a averiguar se pertencem a possíveis atacantes ou a pessoas que se encontravam nas proximidades. Vários feridos foram hospitalizados”, disse.

Um padre, questionado por órgãos de Comunicação Social locais, afirmou que a explosão foi desencadeada por um bombista suicida. A explosão ocorreu quando a missa terminou na Catedral do Sagrado Coração de Jesus, sede da Arquidiocese de Makassar, no Sul da ilha das Celebes.

Vários veículos ficaram danificados em torno do edifício, à volta do qual a Polícia criou um cordão de segurança, de acordo com um fotógrafo da AFP no local. Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), pelo menos, nove pessoas ficaram feridas, quando um bombista suicida se fez explodir à porta da catedral, quando a missa de Domingo de Ramos, que marca o início da Semana Santa, terminou. As igrejas católicas têm sido alvo de ataques extremistas na Indonésia, o maior país muçulmano do mundo.

Em Maio de 2018, uma família de seis pessoas fez-se explodir contra três igrejas em Surabaya, a segunda maior cidade indonésia, matando, pelo menos, uma dezena de fiéis. No mesmo dia, uma segunda família detonou, aparentemente por acidente, uma bomba num apartamento e no dia seguinte, uma terceira família cometeu um atentado suicida contra uma esquadra. Estes atentados, que causaram ao todo, entre vítimas e atacantes, 28 mortos, foram os mais mortíferos em mais de uma década no arquipélago.

As três famílias estavam ligadas ao movimento radical Jamaah Ansharut Daulah (JAD), que apoia o grupo extremista Estado Islâmico (EI) e que reivindicou os ataques no passado.
 A tradição de tolerância da Indonésia tem sido posta à prova, nos últimos anos, por um desenvolvimento de correntes islâmicas conservadoras e muitas vezes radicais, pondo em perigo a coexistência religiosa com minorias religiosas cristãs, budistas e hinduístas.


Papa lembra as vítimas durante a oração
O Papa Francisco lembrou, ontem, as vítimas do atentado, durante a oração de Domingo de Ramos, em Roma. "Oremos por todas as vítimas da violência, especialmente pelas do atentado ocorrido esta manhã na Indonésia em frente à Catedral de Makassar”, disse o pontífice após a oração do Angelus, realizada dentro da Basílica de São Pedro, no final da celebração litúrgica do Domingo de Ramos.

Também, em Jerusalém, na Igreja do Santo Sepulcro, marcou-se o Domingo de Ramos com uma missa seguida de uma procissão à volta do santuário construído sobre o local onde os cristãos acreditam que foi colocado o corpo de Jesus Cristo após ser removido da cruz, onde terá sido sepultado e onde terá ocorrido a ressurreição. A Indonésia, onde 88 por cento dos 260 milhões de habitantes praticam o Islão, sofreu vários ataques jihadistas nas últimas duas décadas, incluindo o perpetrado na ilha de Bali em 2002, que causou 202 mortes.


Presidente indonésio condena o atentado
O Presidente da Indonésia, Joko Widodo, condenou o atentado.
"Condeno energicamente estes actos de terrorismo e pedi ao chefe da Polícia que investigue a fundo os culpados e descubra as redes responsáveis pelo ataque”, afirmou Joko Widodo, num comunicado emitido poucas horas depois do atentado.

O Presidente indonésio frisou que o terrorismo é um crime contra a Humanidade e que não tem nada que ver com a religião. O chefe da província de Celebes Sul, Merdisyam, afirmou a uma televisão local que os feridos incluem pedestres que estavam próximos da catedral, bem como fiéis que assistiam à missa.

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