Mundo

Explosão de carro-bomba faz 20 mortos em Logar

A deflagração de um carro-bomba na cidade de Pul-e-Alam, capital da província afegã de Logar, provocou 20 mortos, noticiou, ontem a Agência France Press.

02/05/2021  Última atualização 12H35
Entre as vítimas mortais da explosão estão alguns estudantes do ensino secundário © Fotografia por: DR
A explosão terá tido como alvo uma casa de hóspedes na vizinhança. Além dos mortos, há registo também de cerca de 90 feridos entre graves e leves. Entre as vítimas haverá estudantes do ensino secundário.

Um dos sobreviventes relata que tudo aconteceu já de noite: "Quando estávamos na pausa do nosso jejum e depois de acabarmos as orações da noite, sentámo-nos para jantar e, de repente, aconteceu a explosão. Todas as portas, janelas e o telhado caíram sobre nós.”
O Palácio presidencial afegão, citado pela agência "TOLO News”, falou de um "ataque terrorista contra inocentes”, incluindo estudantes, e de "um crime contra a Humanidade”, pelo qual responsabilizou os talibãs.

Abdullah Abdullah, o líder do Alto Conselho para a Reconciliação afegão, também condenou o ataque, que apelidou de "ataque terrorista cobarde contra civis afegãos”. O ataque acontece numa altura em que as forças da OTAN, da qual fazem parte os Estados Unidos e Portugal, iniciaram a retirada total dos militares no país.

O novo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, havia assegurado ao Governo afegão, durante a visita surpresa a Cabul que a retirada dos militares não significa o fim da relação entre os Estados Unidos e o Afeganistão.
O Presidente Joe Biden anunciou a retirada de todos os 2.500 militares americanos estacionados naquele país do Médio Oriente, integrados nas forças da Aliança do Atlântico Norte (OTAN).

"Estou imensamente agradecido pela bravura que os membros das nossas Forças Armadas têm mostrado ao longo das cerca de duas décadas de combate e destacamentos no Afeganistão. Nunca se renderam. Nem nunca vacilaram. E pagaram um preço tremendo em nosso nome”, escreveu Biden, na ocasião, nas redes sociais, assumindo-se como o quarto Presidente a liderar tropas no Afeganistão e garantindo: "não vou passar esta responsabilidade a um quinto.”

A retirada, no entanto, não é novidade, já estava acordada pela anterior Administração da Casa Branca, liderada por Donald Trump, mas tinha o dia 1 de Maio como prazo, caso os talibãs mantivessem os termos do acordo.
A decisão anunciada por Biden estabelece que a retirada final começaria a 1 de Maio e ficaria completa até ao simbólico dia 11 de Setembro, dia em que se assinalam 20 anos sobre os ataques terroristas às Torres Gémeas e ao Pentágono que espoletaram a mobilização militar dos EUA no Afeganistão, à "caça” do grupo liderado por Osama Bin Laden, afecto à Al-Qaeda, considerada responsável pelos atentados.
Blinken garantiu que a retirada militar não representa um corte completo das relações bilaterais desenvolvidas ao longo dos últimos 20 anos.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo