Desporto

Fábrica de material desportivo pode arrancar em Novembro

Matias Adriano

Jornalista

O país pode ter até finais do presente ano, uma fábrica de material desportivo de grande dimensão e elevada capacidade produtiva.

27/03/2021  Última atualização 12H40
Norberto de Castro, um empreendedor por excelência , que vai equipar Angola desportiva © Fotografia por: José Cola | Edições Novembro
A infra-estrutura, cuja primeira pedra foi lançada em Janeiro de 2020, está a ser erguida no bairro da Capalanga, município de Viana,  estando  adstrita à Fundação Norberto de Castro. Apesar de as obras terem sofrido um ligeiro interregno, em função da propagação da Sars Cov2, seguem num ritmo célere, estando, praticamente, na fase de acabamentos.

Norberto de Castro, seu proprietário , expressando um certo optimismo, diz que a infra-estrutura está quase concluída. "O que nesta altura está a faltar é fazer o pavimento, cuidar de outros apetrechos, como electrificação, pintura e instalação de aparelhos de ar condicionado. Posso dizer que a fábrica está concluída na ordem de 70/80 por cento”.

O interregno verificado nos trabalhos de construção, causou um atraso na sua conclusão, sendo que a perspectiva inicial era da sua inauguração ocorrer em Novembro de 2020. "Na verdade, aquando da inauguração, aqui no nosso complexo, do campo de futebol general Carlos Hendrick, a 31 de Janeiro de 2020, tínhamos definido o mês de Novembro do mesmo ano como o da inauguração da fábrica.  Mas ocorreram situações alheias à nossa vontade, que alteraram as coisas”.

Seja como for, há da parte do responsável pela obra muita vontade de ver o projecto transformado numa realidade nos próximos meses. "Continuamos a trabalhar com a mesma determinação de sempre, para recuperar o tempo perdido e ver se dentro dos próximos quatro ou cinco meses tenhamos a fabrica já a produzir. Não é algo fácil, mas lutamos para este objectivo”.

De momento, o proprietário está a negociar um crédito, junto dos bancos locais, para a aquisição do equipamento necessário e de matéria prima, que afinal não se acha no país. "Estamos a negociar com a banca, para o crédito solicitado, a ver se conseguimos comprar as máquinas que são necessárias para a produção de diferentes tipos de material desportivo”.

Ao que pôde apurar o Jornal de Angola, o impasse nesta altura estará apenas na falta de acordo com o credor  no que se refira a taxa de juro, que no seu entender é bastante alto. "A taxa de juro que nos está a ser proposta é demasiado elevada, e estamos a negociar com o Banco para um meio termo e dai seguirmos em frente”.

Até onde chegaram os trabalhos da empreitada, o seu responsável não beneficiou de nenhum apoio financeiro externo, apesar da acentuada recessão económica a que assistimos. "A obra, como está, chegou até ai com fundos próprios. Aliás, como devem saber, para quem me conhece eu fiz sempre as coisas sozinho, com muito sofrimento, e continuo a fazer.

Pessoalmente, nunca recebi nenhum apoio do Estado, temos uma Fundação que desenvolve acções filantrópicas, mas nunca recebe nenhum apoio. Sei que tenho muito para este país, com muito sofrimento e vou continuar a fazer para ajudar o próprio Estado”.

Apesar do seu proprietário ser um homem do futebol a fábrica vai produzir material para diferentes modalidades. "Nós não faremos apenas material para o futebol. Faremos para todas as modalidades desportivas, e numa fase posterior pensamos, também, produzir uniforme escolar, sendo que o desporto e o ensino se complementam”.

Para melhor elucidação, a NC , designação da fábrica, cujo a logo-marca já existe, prevê numa primeira fase, produzir, apenas, equipamento, sendo que só na segunda é que serão produzidos materiais como bolas luvas, raquetes de ténis, stiks de hóquei em patins etc, etc.
No que toca à mão de obra, a fábrica prevê oferecer mais de cem postos de emprego. "Nós pensamos absorver uma mão de obra na ordem de cem 100 a 120 funcionários, número este que poderá crescer em função da demanda que possa obrigar a fábrica a produzir para lá da capacidade instalada”.


Programa de lojas
Conquistar o mercado nacional e dos países vizinho é um dos objectivos, tão logo a fábrica entre em funcionamento. "Temos, nesta altura, contactos bastante avançados com os dois Congos, onde teremos, à partida, lojas de venda dos nossos produtos. Esta situação já está acautelada”.
Haverá, igualmente,  lojas de venda em algumas províncias do país. "O fabricante tem por obrigação facilitar a vida dos seus clientes, fazendo com que o produto chegue a estes. Por isso, prevemos abertura de lojas em algumas províncias do país e aqui mesmos no nosso complexo. Afinal nós não levaremos os clientes à fábrica. Teremos loja para atender os clubes. As encomendas serão feitos à fábrica e a entrega na loja”.


 MERCADO NACIONAL
NC promete material de qualidade

Quanto à origem do equipamento a ser instalado na fábrica, este, segundo apuramos, será de origem brasileiro e chinesa, assim como a matéria-prima. "Parte das máquinas foi encomendada do Brasil e outra da China, podendo dizer-se o mesmo quanto à matéria-prima. Pois, como sabem, o nosso mercado ainda é ineficiente neste aspecto”.

Entretanto, é um dado adquirido que o produto que a fábrica promete trazer ao mercado é de qualidade aceitável, que em nada fica a dever ao que hoje se importa. Daí é que os nossos clubes poderão sentir-se aliviados. Pois, ao invés de encomendarem o seu equipamento fora poderão fazê-lo aqui mesmo no país. Logo, a menos custo.

"Nós prometemos produzir equipamento desportivo de qualidade, que agrade a todos os clubes. Queremos equipar os clubes do Girabola, os da Segunda Divisão e de outros escalões. Vamos também produzir para todas as outras modalidades que conformam o nosso panorama desportivo”.

A fábrica poderá, igualmente, produzir material de marchandise. "Pretendemos produzir cartazes publicitários para várias empresas, e mesmo para partidos políticos, que queiram, por exemplo, fazer cartazes para promoção da imagem do seu líder, poderão fazê-lo.  Vamos comprar uma máquina, que deve custar cerca de 40 mil dólares, para este tipo de trabalho”.

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