Sociedade

Falta de anti-retrovirais preocupa pacientes

Alexa Sonhi

Jornalista

Centenas de pessoas que vivem, há vários anos, com o VIH/Sida, em Luanda, queixam-se da falta de anti-retrovirais, equipamentos laboratoriais para avaliação da carga viral, numa altura em que o país tem mais de 350 mil infectados, 93 mil dos quais em tratamento.

05/03/2021  Última atualização 06H20
Anti-retrovirais © Fotografia por: DR
Num encontro realizado, na quinta-feira, no anfiteatro do UNICEF, com a ANASO, Instituto Nacional de Luta contra Sida (INSL) e a UNUSIDA, no âmbito das actividades alusivas ao Dia Internacional da Zero Discriminação, a celebrar-se até o próximo dia 7 deste mês, as pessoas que vivem com VIH/Sida queixaram-se ainda do estigma e discriminação a que são alvos por parte de alguns técnicos de saúde onde são assistidos.

Sob o lema: "Acabar com a desigualdade”, os 40 elementos que vivem com a doença no organismo, presentes no evento, mostraram-se preocupados com o actual contexto de Covid-19, que em seu entender "trouxe mais fome e mais pobreza” no seio das pessoas alvo.
Para o efeito, defendem um maior apoio para que possam melhorar a sua qualidade de vida, na medida em que a medicação prescrita”é muito forte e não deve ser tomada com o estômago vazio”, o que leva a que muitos pacientes abandonem o tratamento.

Preocupados com a falta de condições alimentares, as pessoas vivendo com o VIH/Sida receiam que o número de casos de infecção pela doença possa aumentar, se não houver melhorias urgentes em termos de condições sociais das populações no país.
 Ficou a recomendação para que a Rede das Organizações de Luta contra a Sida (ANASO) realize encontros trimestrais com os pacientes, INLS, ONUSIDA e outros parceiros chaves, para a criação de num pacote com vista a formação de activistas sociais, bem como a promoção do Plano Nacional do Preservativo.

Segundo os participantes, o Instituto Nacional de Luta contra a Sida (INLS) deve partilhar informação sobre a importância da realização do exame sobre a carga viral e do funcionamento e papel do Hospital Esperança, o único especializado, existente no  país, na vida das pessoas que vivem com a doença.
A ANASO ofereceu aos presentes kits higiénicos, nomeadamente sabonete de lixívia,  doados por uma organização internacional, por via da ONUSIDA, enquanto que um especialista angolano procedeu à apresentação de uma abordagem sobre "Estigma e discriminação”.

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