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FAO apoia combate à praga de gafanhotos

O Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura entregou, ontem, na cidade de Menongue, Cuando Cubango, equipamentos informáticos configurados com um programa denominado “In loco” para acompanhar, em tempo real, a movimentação dos enxames de gafanhotos que já devastaram milhões de hectares das áreas nos municípios do Cuangar, Dirico, Calai, Rivungo e Mavinga, desde Outubro de 2020.

29/04/2021  Última atualização 09H41
A representante da FAO procedeu à entrega dos equipamentos © Fotografia por: Lourenço Bule | Edições Novembro
Os equipamentos, que incluem atomizadores de pequeno e grande porte, pulverizadores, computadores portáteis para controlo e monitorização de dados via Internet, insecticidas, pesticidas, meios de protecção individual, bio-pesticidas
e viaturas todo terreno,  foram recebidos no Aeroporto Co-mandante Kwenha, pelo governador da província, Júlio Bessa.

A representante do Fundo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Gherda Barreto Cajina, disse que aquela agência do sistema da ONU já gastou mais de um milhão de dólares para o combate à praga de gafanhotos nas províncias do Cunene e Cuando Cubango, com a compra de insumos, equipamentos diversos, assistência técnica, formação do pessoal e outros serviços.

A responsável da FAO em Angola trabalhou durante algumas horas no município do Dirico e Cuangar, com uma equipa multissectorial chefiada pelo secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João Cunha, e integrada pelo embaixador da Bélgica em Angola, Jozef Smets, e pelo governador do Cuando Cu-bango, Júlio Bessa, para avaliar o processo de formação das brigadas comunitárias. 

Gherda Barreto Cajina disse que a FAO elaborou um plano nacional de controlo e monitorização de gafanhotos, sublinhando que as brigadas comunitárias serão capacitadas para trabalhar com tecnologia conectada via satélite, para o envio de dados em tempo real. Acrescentou que as brigadas comunitárias serão distribuídas pelos cinco municípios e aeronaves da Força Aérea Nacional foram  equipadas com meios que lhes permitirá rastrear as nuvens de gafanhotos na fase adulta, incluindo as larvas.
 
Plataforma de diálogo
Gherda Barreto Cajina sublinhou que a FAO está a trabalhar na criação de uma plataforma de diálogo que vai permitir aos cinco países africanos afectados pela praga de gafanhotos, mormente Angola, Botswana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe, estabelecerem  medidas de concertação para combaterem o surto de gafanhotos de forma coordenada.  Acrescentou que Angola está a jogar um papel fundamental no combate à praga de gafanhotos, tendo realçado o recente encontro facilitado pela FAO, com a participação do Botswana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe, durante o qual foi abordada a intervenção calendarizada de forma simultânea para o controlo da praga migratória.  
 
Apoio incondicional
Gherda Barreto Cajina disse que a FAO trabalha há mais de dois anos com o Governo angolano para atender situações de emergências. "A praga de gafanhotos e a seca estão a ameaçar a segurança alimentar das populações mais expostas da zona Sul de Angola", disse Gherda Barreto, sublinhando que  para a FAO, esta região é de grande prioridade no que toca ao reforço da capacidade produtiva. 

O embaixador da Bélgica anunciou que o seu país disponibilizou mais de 500 mil euros para o programa regional da FAO destinado a apoio ao combate à praga de gafanhotos em algumas regiões do continente.   
O secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João Cunha, que integrou a comitiva que avaliou os efeitos da praga de gafanhotos no Cuando Cubango, garantiu que nos próximos dias vão chegar à província outros meios técnicos para reforçar as brigadas comunitárias.

João Cunha disse que é pretensão do Ministério a criação de mais uma base logística na localidade do Bondo-Caíla, município do Cuangar, para cobrir toda a orla fronteiriça, visando combater  a praga de gafanhotos, uma vez que na  localidade já foi avistada uma pequena nuvem migratória daqueles insectos.

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