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Fosso entre ricos e pobres preocupa Organização Mundial da Saúde

O fosso entre países ricos e pobres, na capacidade de vacinação contra a Covid-19, está a aumentar e preocupa a Organização Mundial da Saúde (OMS), admitiu, ontem, o director-geral da agência da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus

26/01/2021  Última atualização 08H20
Vacinação contra a Covid-19, em África © Fotografia por: DR
A OMS continua a precisar de um investimento de 26 mil milhões de dólares no seu dispositivo para acelerar o acesso a ferramentas de combate à pandemia e, de acordo com um estudo da Câmara de Comércio Internacional, citado por Tedros, "o nacionalismo da vacinação pode custar à economia global até 9,2 biliões de dólares”.

"Quase metade desse montante, cerca de 4,5 biliões, serão perdidos pelas economias mais ricas”, acrescentou.
Na conferência de imprensa bissemanal da organização, o responsável máximo da Organização Mundial da Saúde lembrou ainda que o programa para acelerar o acesso a ferramentas de combate à Covid-19, denominado Acelerador ACT, precisa de cerca de 26 mil milhões de dólares, ou seja, cerca de 21,4 mil milhões de euros.

Lançado no final de Abril de 2020, o Acelerador ACT pretende acelerar o desenvolvimento e produção de produtos de diagnóstico, tratamentos e vacinas contra o novo coronavírus, além de garantir um acesso equitativo aos mesmos.
"O nacionalismo da vacinação pode servir objectivos políticos de curto prazo, mas é do interesse económico a médio e longo prazo que todas as nações apoiem a equidade da vacinação”, insistiu Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"Enquanto não metermos fim à pandemia em toda a parte”, advertiu o director-geral da OMS, "não vamos conseguir acabar com ela”.

"Os países ricos estão a lançar vacinas, enquanto os países menos desenvolvidos do mundo observam e esperam. A diferença entre os ricos e os pobres aumenta a cada dia que passa”, concluiu o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A pandemia da Covid-19 provocou, pelo menos, 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Angola já se prepara para o início da vacinação entre os meses de Fevereiro e Março, começando por inocular as pessoas de risco, entre as quais médicos, professores, militares e idosos.

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