Economia

Furi produz 6.500 quilates todos os meses

Com um volume de investimento de cerca de 26 milhões de dólares até finais do ano passado, o actual Projecto Mineiro Furi está com uma produção que varia entre 6.500 a sete quilates de diamantes por mês.

06/05/2021  Última atualização 12H06
Em declarações à  imprensa, o director das Operações Mineiras do Projecto Furi, Tobias Junge disse que na segunda fase, que tem a ver com a expansão da mina, prevê-se atingir 11.500 quilates.
A partir de 2022, que é a terceira etapa, pretende-se ultrapassar os 15 mil quilates por mês, segundo Tobias Junge. De acordo com o gestor, com uma concessão de 956 quilómetros quadrados a mina, de exploração aluvionar, tem um nível de rentabilidade acima dos 40 por cento.Actualmente, a mina do Furi emprega 170 trabalhadores, 90 por cento dos quais nacionais, recrutados localmente no Fucauma (município de Cambulo). Além destes, a mina conta com outros 160 trabalhadores, afectos à uma empresa que presta serviços.Quanto às acções de responsabilidade social, Tobias Junge garantiu que além da escola recentemente entregue à comunidade de  Fucauma, com um custo de 1,8 milhões de dólares, trabalha-se também na abertura de furos de água, na promoção da piscicultura, na formação profissional da juventude local, na reabilitação do Posto Médico e na construção de  mais outra unidade sanitária. 
Endiama 

O Projecto  Mineiro Furi pode não  representar valores significativos, em termos de arrecadação de receitas e contribuições fiscais, mas vai ser um ponto importante para se melhorar a situação económica e financeira do país, considerou o presidente do  Conselho de Administração da  Endiama, Ganga Júnior.

De acordo com Ganga Júnior, a mina deve incrementar a sua produção para 15  ou 20 mil quilates de diamantes por mês, nas próximas etapas de expansão, com um preço médio de 300 dólares por quilate. O PCA da Endiama considera não ser muito dinheiro, contudo, indicou, o volume de negócios da mina do Furi pode vir a rondar entre cinco a seis milhões de dólares mês. O Projecto Mineiro do Furi tem dois accionistas, nomeadamente a Decorp, como principal investidora, com 80  por cento da participação, e a Endiama, que detém os demais 20 por cento.A intenção da Endiama e parceiros, de acordo com as premissas estabelecidas pelo Executivo , está voltada no sentido de se reduzir os níveis de pobreza na região.

Além da Sociedade   Mineira do Chitotolo, no N'zagi, e agora com o Furi, no Fucauma,  a Endiama se predispõem a colocar mais outras minas em funcionamento, num eixo de 90 quilómetros, entre o Dundo e N'zagi. Entram em funcionamento a antiga mina do Chimbongo, agora denominada por Luembe, e outra  na localidade do Cassanguidi, ambos no município de Cambulo. A antiga mina do Chimbongo (Luembe) já está em fase de recuperação. Ao todo, no eixo entre Dundo e N'zagi vão entrar em operação quatro minas, com o objectivo de se melhorar a prestação de serviços, aumentar a produção e o número de empreendimentos, bem como reduzir o desemprego e a pobreza.
Fundo de Apoio Social 

A Endiama tem em carteira um projecto para a institucionalização de um fundo de apoio social, onde, junto dos operadores mineiros de diamantes, espera, anualmente, arrecadar 30 milhões de dólares, informou Ganga Júnior.O projecto disse, está em andamento, trabalhando-se agora na estruturação, para a obtenção de fontes de financiamento regulares do programa, que passará a ser executado pela  Fundação Brilhante. "Vamos trabalhar, para que os nossos prestadores de serviço, nos mais distintos domínios, possam arranjar uma ‘conta-gotas’ financeira para a Fundação  Brilhante”, disse. 
Exploração semi-industrial

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, disse há dias, num encontro com os operadores mineiros da Lunda-Norte, incluindo representantes das cooperativas de exploração semi-industrial de diamantes locais, que é preocupação do Presidente da República ver o sector a trabalhar em prol de um maior desenvolvimento e crescimento económico.Segundo o ministro, uma das maiores preocupações do Executivo está relacionada com o facto de mais de 99,5 por cento da produção diamantífera ser exportada em bruto e, tal factor, estar a fazer com que a arrecadação de receitas para o país seja pouca. Perante essa situação, sublinhou, o Executivo decidiu por incrementar a actividade de lapidação internamente.

Nos últimos anos, foram já implementadas três fábricas de lapidação em Luanda, elevando para quatro essa renascente indústria. Diamantino de Azevedo, que trabalhou há dias na Lunda-Norte, no quadro das jornadas em saudação ao Dia do Mineiro, assinalado a 27 de Abril, referiu que a orientação do  Titular do Poder Executivo é a de que se tenha mais fábricas de lapidação, com vista à  valorização do diamante produzido em território angolano.

Mina do Luaxe em experiência

Localizada na província da Lunda-Sul, a mina do Luaxe está em fase de produção experimental, disse o PCA da Endiama, Ganga Júnior. Esclarecendo esse novo passo, notou que um dos objectivos está  consubstanciado  em se obter maior conhecimento do seu potencial. Ganga Júnior referiu tratar-se de uma mina que se encontra em trabalho de investigação geológico-mineiro, mas que está a produzir. Até ao momento foram recuperados cerca de  um milhão e 500 mil quilates  de diamantes, estando prevista a realização da primeira venda, em torno dos 380 mil quilates, para dar-se suporte aos trabalhos de conclusão geológico-mineiros, à elaboração do estudo de viabilidade e à instalação de uma central de tratamento. Ganga Júnior lembrou que já foram investidos cerca de 200 milhões de dólares na mina do Luaxe. Até ao pico do projecto, serão investidos 350 milhões de dólares. A mina do Luaxe emprega actualmente 100 trabalhadores.
Produção de diamantes  

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás lembrou que, no início do seu mandato, o pelouro comprometeu-se em aumentar a produção de diamantes, para se atingir 13,8 milhões de quilates por ano. Porém, a pandemia da Covid-19 obrigou o país a rever os objectivos traçados e reduzir a produção para níveis menores.Num outro plano, o ministério se engajou na reorganização da actividade de exploração semi-industrial de diamantes. Ou seja, existiam no país cerca de 806 autorizações para a exploração semi-industrial de diamantes, algo que era bastante exagerado. Depois de se repor a  legalidade foi possível reduzir o número de cooperativas e de licenças para 260.

No início do actual mandato, segundo Diamantino de Azevedo, foi igualmente elaborada a nova política de comercialização de diamantes que, entre os vários objectivos, trouxe disciplina e evitou aspectos ilegais, para que o país não  andasse contra o processo Kimberley e ser excluído do comércio internacional legal de diamantes. Além disso, conforme referiu o ministro, a nova política de comercialização de diamantes permitiu eliminar o monopólio que existia no sector. Diamantino de Azevedo afirmou que o Executivo pretende, até o próximo ano e de forma experimental, dar-se um  novo passo com a bolsa de diamantes de Angola, com vista a melhorar-se a comercialização e trazer-se vantagens, tanto para os operadores, quanto para o Estado.

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