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Governo bielorrusso começa a tramitar extradição da líder da oposição

A Bielorrússia começou a tramitar o pedido de extradição da líder da oposição no exílio, Svetlana Tikhanovskaia, actualmente refugiada na Lituânia, informou, ontem, o Comité de Investigação do país. “Tikhanovskaia está actualmente na lista de procurados.

03/03/2021  Última atualização 12H05
vetlana Tikhanovskaia, refugiada na Lituânia © Fotografia por: DR
Os documentos relevantes para a sua extradição foram entregues ao Ministério Público”, disse o Comité de Investigação no comunicado publicado no portal da agência de notícias bielorrussa.
A Bielorrússia, em Outubro passado, colocou Tikhanovskaia numa lista interestadual com a Rússia de pessoas procuradas.

O Comité de Investigação informou , no seu comunicado que concluiu uma investigação criminal contra quatro "aliados” de Tikhanovskaia e realizou buscas para "identificar e documentar as actividades ilegais de certas pessoas envolvidas na organização de distúrbios em massa durante as eleições. presidenciais”.
"As forças de segurança receberam informações de que pessoas do círculo próximo de Svetlana Tikhanovskaia estavam a preparar motins e tomar prédios do Governo em Gomel”, no Sudeste da Bielorrússia, para colocar os seus aliados na Administração e Comités Executivos, disse a agência.

De acordo com o regime bielorrusso, para implementar o plano, foram procurados aliados entre militares e funcionários dos Ministérios do Interior e de Situações de Emergência, e os réus organizaram uma reunião "para planear as suas acções” no dia 5 de Agosto e no qual, garante a Comissão, Tikhanovskaia participou.
A Comissão assegura que "as actividades criminosas dos acusados foram travadas pela Polícia, que prendeu os principais (suspeitos) entre 6 e 8 de Agosto do ano passado”, um dia antes das eleições presidenciais, contestadas por alegada fraude pela líder opositora.

Svetlana Tikhanovskaia negou qualquer envolvimento em supostos planos para organizar distúrbios em massa durante as eleições presidenciais e obter o controlo de prédios do Governo, como declarou o Comité de Investigação da Bielorrússia.
"Durante a campanha eleitoral e os meses de protestos após as eleições, a equipa de Svetlana Tikhanovskaia comunicou-se e continua a comunicar-se com um grande número de bielorrussos”, disse a sua porta-voz, Anna Krasulina, à agência de notícias EFE.

  CASO NAVALNY
UE formaliza sanções a responsáveis russos


A União Europeia formalizou, ontem, a introdução de sanções a quatro responsáveis russos devido à detenção e julgamento do opositor Alexei Navalny, tratando-se da primeira utilização do novo re-gime de sanções por violações dos direitos humanos.

"O Conselho decidiu hoje impor medidas restritivas a quatro indivíduos russos responsáveis por violações sérias dos direitos humanos, incluindo prisões e detenções arbitrárias, assim como repressão geral e sistemática da liberdade de associação e de reunião pacífica, e da liberdade de opinião e de expressão na Rússia”, lê-se num comunicado do Conselho da UE que formaliza as sanções.
A lista de sanções formalizada visa o director do Comité de Investigação da Federação Russa, Alexander Bastrykin, o procurador-geral, Igor Krasnov, o chefe da Guarda Nacional, Viktor Zolotov, e o chefe do sistema penitenciário russo, Alexander Kalashnikov.

Segundo o Conselho, os quatro indivíduos em questão são sancionados devido ao seu "papel na detenção arbitrária, persecução e julgamento” do opositor russo Alexei Navalny, mas também devido à "repressão de manifestações pacíficas ligadas ao tratamento ilegal” do opositor.
Os visados ficam agora proibidos de viajar para a UE e vêem os seus bens congelados no espaço europeu.
Além disso, é também proibido que pessoas ou entidades europeias disponibilizem fundos aos indivíduos em questão, tanto "directa como indirectamente”.

O pacote ontem formalizado corresponde à primeira utilização do regime de sanções que pune violações de direitos humanos, e que tinha sido aprovado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE a 7 de Dezembro de 2020.
"O regime de sanções permite que a UE vise os responsáveis por actos como genocídios, crimes contra a humanidade e outras violações sérias de direitos humanos, ou abusos como torturas, escravidão, assassínios extrajudiciais e detenções arbitrárias”, refere o Conselho.

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