Economia

Governos africanos pedem ao FMI 500 mil milhões de dólares para responder à crise da Covid-19.

Os ministros das Finanças africanos pediram hoje ao Fundo Monetário Internacional (FMI) o acesso a 500 mil milhões de dólares em Direitos Especiais de Saque e melhores condições de financiamento para responder à crise da Covid-19.

09/02/2021  Última atualização 13H20
Vários ministros das Finanças africanos participaram no evento, entre os quais, a ministra Vera Daves. © Fotografia por: DR
"Os ministros foram unânimes nos seus pedidos de liquidez adicional, acesso a 500 mil milhões de dólares em Direitos Especiais de Saque, melhor acesso ao mercado, mais recursos concessionais e uma extensão da Iniciativa para a Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) devido à natureza prolongada da pandemia", lê-se numa nota da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) que a Lusa teve acesso.

A nota apresenta as principais conclusões da reunião virtual que juntou a secretária executiva da UNECA, Vera Songwe, a diretora executiva do FMI, Kristalina Georgieva, e vários ministros das Finanças africanos, entre os quais a ministra Vera Daves. Na sua intervenção, a ministra das Finanças  mostrou-se empenhada no caminho das reformas que o país tem vindo a seguir e salientou a importância da boa governação para o plano de resposta e recuperação da pandemia, aponta-se ainda no texto enviado pela UNECA à Lusa.

Kristalina Georgieva reconheceu a necessidade de "uma acção imediata e ousada relativamente à resposta, recuperação e reinício das economias africanas", vincou que "a resposta de liquidez e financiamento é a ponte para a vacinação e para a recuperação" e recomendou aos governantes africanos que se preparem para uma discussão pormenorizada sobre o financiamento durante os Encontros da Primavera do FMI e do Banco Mundial, que vão decorrer em abril.

"Agora é o momento para demonstrar que a alocação de Direitos Especiais de Saque pode ser uma parte do apoio abrangente aos países em dificuldades, juntamente com a redução da dívida, o alívio da dívida e o apoio às políticas económicas", disse a líder do FMI. Os Direitos Especiais de Saque são o recurso às 'poupanças' do FMI, mas só podem ser acedidas com o acordo dos países membros, o que até agora tem sido impossível devido à oposição dos Estados Unidos quando Donald Trump era o Presidente, mas os países africanos têm a expectativa de que a nova Presidência de Joe Biden reverta essa posição.

"O mundo pode perder uns 9 biliões de dólares se apenas os países ricos receberem as vacinas, e 40% desta perda será nas economias avançadas", disse Georgieva. O objectivo da reunião, assumiu a secretária executiva da UNECA, Vera Songwe, era "procurar o apoio do FMI para a criação de uma saída para a crise, através da transformação dos instrumentos de liquidez já existentes, e facilitando o acesso ao mercado para aliviar o peso da dívida e dar a tão necessária liquidez ao continente".

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