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Grupos armados voltaram a incendiar casas em Palma

Grupos armados desconhecidos incendiaram, ontem, várias casas junto à vila de Palma, disse à Lusa um porta-voz das Forças Armadas moçambicanas, que, acrescentou, manterem o controlo da sede de distrito.

01/05/2021  Última atualização 15H27
Governo reforçou a vigilância na sede do distrito com efectivos da Defesa e Segurança © Fotografia por: DR
O que tivemos foram algumas casas incendiadas nos arredores de Palma por dois supostos rebeldes”, disse Chongo Vidigal, porta-voz das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) no Teatro Operacional Norte.
Os supostos agressores, os mesmos responsáveis pelo ataque de 24 de Marco, regressaram a Palma procurando "vingança”, alegou. "Pensamos que foi por vingança contra a população que os rebeldes acham que colaboram com as Forças de Defesa e Segurança (FDS)”, declarou.

Vidigal reconheceu, ainda, o receio da maioria da população de Palma em voltar à vila, porque "as estruturas administrativas” ainda não se reinstalaram, após a fuga em massa provocada pelos ataques do mês passado.
O ataque ocorreu um dia depois de o Presidente Filipe Nyusi ter visitado a província de Cabo Delgado, a que pertence Palma, e ter dito que o país nunca recusou apoios, mas deve escolher quais os indicados, entre os oferecidos pelos amigos e países vizinhos, para combater os rebeldes. Segundo Nyusi, impõe-se "a correcta escolha pelos moçambicanos do tipo de apoios” provenientes de "amigos e países vizinhos perante a ameaça”.

"Nunca recusámos apoios, pois várias vezes afirmámos que nenhum país é capaz de combater sozinho o terrorismo”, acrescentou, citado pela Lusa. "Estas acções envolvem a costa do Oceano Índico, assim como o controlo migratório das fronteiras que partilhamos, esforços conjuntos em diferentes tipos de meios e recursos, incluindo inteligência (recolha e análise de informação)” e "irão contribuir para prevenir a radicalização, o terrorismo e desastre humanitário que acarreta”, sublinhou.

A ideia foi expressa pelo Chefe de Estado durante a primeira visita à província, após os ataques armados de há cerca de um mês contra Palma, vila do maior projecto de gás do país.
Filipe Nyusi presidiu à cerimónia de lançamento de um plano de emergência no valor de 100 milhões de dólares apoiado pelo Banco Mundial para fazer face à crise humanitária e durante o discurso falou de um "plano completo para desarmar, derrotar os terroristas e extremistas violentos, tendo como objectivo principal o retorno à normalidade nos distritos afectados”. Um plano que exige "coragem, determinação, persistência e o tempo necessário” para "capacitação e modernização das Forças de Defesa e Segurança (FDS)” e escolha dos apoios externos.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, sublinhou que os 1,1 mil milhões de dólares (em doações do Banco Mundial a caminho de Cabo Delgado vão desanuviar o ambiente de crise humanitária e dar mais esperança à população. "Apesar do luto que tem marcado a vida dos moçambicanos, hoje damos mais um passo em frente na nossa estratégia que assegura esperança à população e desanuvia o ambiente de catástrofe humanitária provocada pela guerra em Cabo Delgado”, referiu Filipe Nyusi.
 
Ataque em nome da Renamo
Um outro ataque por grupo armado desconhecido ocorreu na quinta-feira à noite contra as instalações da secretaria da localidade de Samoa, no Posto Administrativo de Capirizange, na província de Tete, informaram, também, ontem as autoridades locais, citadas pela Lusa.

O grupo terá efectuado vários disparos contra as instalações da secretaria local, disse à Comunicação Social Américo Nfumane, chefe da localidade de Samoa. "Não sabemos quem são. Quando ouvimos os tiroteios, começamos a fazer contactos para reforçarmos a vigilância”, declarou Américo Nfumane, acrescentando que não houve feridos, pois não estava ninguém nas instalações.

Segundo a fonte, depois de disparar contra a secretaria da localidade, o grupo terá deixado uma carta de quatro páginas na porta das instalações, a contestar a liderança do presidente da Renamo, Ossufo Momade, e "manchando” o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi.

Este é o segundo ataque armado no Posto Administrativo de Capirizange neste mês. O primeiro ocorreu a10 de Abril, quando um grupo armado desconhecido disparou vários tiros contra o posto policial da localidade e posteriormente colocou-se em fuga.

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