Desporto

Guerreiros não deram a dignidade ao nome

António de Brito

A Selecção Nacional sénior masculina de andebol regressou, ontem, ao país com o 30º lugar na bagagem, depois da participação na 27ª edição do Campeonato do Mundo, que termina domingo na República Árabe do Egipto.

29/01/2021  Última atualização 13H35
Angola obteve no Egipto a pior prestação de todas as presenças em campeonatos do mundo © Fotografia por: DR
Em seis jogos disputados, o "sete” nacional registou igual número de derrotas, sendo a pior participação de sempre na maior cimeira do andebol mundial. A melhoria ou a manutenção do 23º lugar de 2019, na Alemanha e Dinamarca, não passou de utopia.  

Inserido no Grupo C, com as selecções da Croácia, Qatar e Japão, o conjunto angolano não conseguiu se impor, ao tropeçar diante do Qatar (25-30), Croácia (20-28) e Japão (29-30).   Frente ao Qatar e Japão, Angola tinha fortes possibilidades de discutir o apuramento para a segunda fase da competição, visto que ambas as selecções estavam perfeitamente ao alcance.  Aliás, não constituíam grande empecilho, porque em Campeonatos anteriores, a Selecção Nacional derrotou em duas ocasiões o Qatar, assim como ganhou ao Japão.  Caso vencesse um dos encontros, a equipa nacional garantia automaticamente uma vaga na eliminatória seguinte, porque transitavam os três primeiros classificados do agrupamento. 

Uma vez falhados os objectivos, o conjunto angolano teve de disputar a fase de consolação (Taça Presidente) para a melhoria da classificação. Integrada no Grupo A, juntamente com a Tunísia, República Democrática do Congo e Cabo Verde, voltou a comprometer. Apesar de ter ganho por falta de comparência a similar de Cabo Verde (10-0), perdeu com o Congo Democrático (30-31) e Tunísia (29-34). Para as classificativas do 29º ao 30º lugar, Angola voltou a defraudar diante de Marrocos, ao perder por 29-30, na marcação de grandes penalidades, depois de uma igualdade (27-27), ao cabo dos 60 minutos de jogo. Nos seis jogos realizados durante a competição, Angola marcou 162 golos e consentiu 183. 
 O pivô Edvaldo Ferreira " Moreno” foi o melhor jogador e marcador da Selecção Nacional, com 28 golos apontados.  O guarda-redes Geovani Muachissengue conquistou o prémio de MVP no desafio da ronda inaugural frente ao Qatar. Participaram dos seis jogos, Jaroslav Aguiar, Gabriel Teka, Romé Hebo, Cláudio Lopes, Otiniel Pascoal, Adilson Maneco, Manuel Nascimento, Mário Tati,Cláudio Chicola,Geovani Muachissengue,Mayomona Panzo, Elias António Edvaldo Ferreira "Moreno” e Custódio Gouveia.
   Seleccionador considera balanço negativo 

Dos 20 jogadores convocados, o seleccionador nacional, só não utilizou o guarda-redes Ariel da Silva, e o meia-distância Ruben José. Comparativamente aos restantes companheiros, o central Manuel Nascimento teve mais tempo de jogo (4:09.44). 

No Campeonato do Mundo, a Selecção Nacional esteve muitos furos a baixo, visto que os jogadores cometeram inúmeros erros técnicos, sobretudo no ataque. Os atletas apresentaram-se muito aquém do real valor, talvez a falta de jogo de controlo durante o estágio pré-competitivo na Huíla, terá influenciado sobremaneira na prestação da equipa nacional no evento. 

O técnico José Pereira "Kidó” estreou-se sem qualquer vitória à frente do combinado nacional, depois de ter sucedido no cargo  Nelson Catito, que qualificou Angola para o Campeonato do Mundo. Fazendo o balanço da prestação da Selecção Nacional no Mundial do Egipto, José Pereira "Kidó” reconheceu que " o desempenho foi negativo, porque não conseguimos atingir os nossos objectivos, que passavam pelo apuramento à fase seguinte”, disse, acrescentando que " o sentimento é de tristeza, porque dos seis jogos realizados não vencemos nenhum. Tenho de reconhecer que não estivemos bem na competição”, lamentou o seleccionador ao Jornal de Angola. 


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