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Guiné Equatorial prevê crescimento económico de 2,8 por cento em 2021

A economia da Guiné Equatorial deverá crescer 2,8 por cento em 2021, segundo dados do crescimento económico hoje divulgados e que revelam que a economia do país está em terreno negativo desde 2016.

05/04/2021  Última atualização 19H51
Governo da Guiné Equatorial enviou informação ao Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Fundo Monetário Internacional (FMI) © Fotografia por: DR

"Prevê-se que, em 2021, a economia nacional alcançará uma taxa de crescimento positiva devido principalmente ao aumento da produção de gás e da recuperação paulatina de algumas actividades do sector terciário, em comparação com 2020", estimou o Instituto Nacional de Estatísticas da Guiné Equatorial (INEGE).

O INEGE divulgou hoje os dados macroeconómicos definitivos de 2018, estimativas para os anos 2019 e 2020 e previsões para 2021. "Espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) petrolífero registe um crescimento de 4,7 por cento e o não petrolífero 0,5 por cento", acrescentou o INEGE.

Em Maio de 2019, o Governo da Guiné Equatorial enviou informação ao Fundo Monetário Internacional (FMI), assegurando que ter saído da recessão económica em 2017 e registado crescimentos de 7,3 por cento nesse ano e de 3,4 por cento em 2018. No entanto, o FMI apontava ao país crescimentos económicos negativos desde 2015 até 2023, só prevendo um crescimento positivo, de 1,5 por cento, em 2024.

De acordo com os dados macroeconómicos definitivos de 2018, apresentados hoje pelo director-geral do INEGE, Ricardo Nsue Ndemesogo, a taxa de crescimento da economia da Guiné Equatorial situou-se nos -6,2 por cento nesse ano, abaixo dos -5,7 por cento de 2017. "A queda na produção de hidrocarbonetos, combinada com a redução da despesa pública, levou a uma contracção do PIB em termos reais de 6,2 por cento, com o PIB petrolífero a cair 12,4 por cento e o PIB não petrolífero a aumentar 2,9 por cento", indicou.

Para o ano de 2019, e de acordo com a mesma fonte, as estimativas de crescimento económico apresentam uma ligeira melhoria na queda do PIB, que será de cerca de -6,0 por cento, sendo o recuou do PIB petrolífero de 9,3 por cento e o do PIB não petrolífero de 2,0 por cento. Para o ano de 2020, o INEGE calcula uma contracção de 4,9 por cento da economia.

O INEGE tinha previsto anteriormente um crescimento da economia nacional, altamente dependente dos hidrocarbonetos, entre -5,8 por cento (numa perspectiva optimista) e -8,9 por cento (num cenário muito pessimista), devido aos efeitos da pandemia na economia mundial e na procura de produtos do petróleo.

"No entanto, apesar de uma situação internacional desfavorável (com o preço do petróleo bruto a 41,3 dólares por barril, ou uma diminuição de 32,8 por cento), o Ministério das Minas e Hidrocarbonetos conseguiu motivar as empresas do sector a manterem os seus investimentos, permitindo a recuperação das exportações de crude em 0,2 por cento, em comparação com 5,5 por cento em 2019", aponta o INEGE.

Para 2021, apesar dos continuados impactos da pandemia, o INEGE estima uma retoma da economia assente nas previsões do aumento do preço do barril de petróleo, no programa de vacinação em marcha e no lançamento da primeira fase do projecto de exploração de gás no campo Alen. Prevê ainda um impacto positivo do aumento da despesa pública, previsto no orçamento, com a despesa corrente a aumentar 18,1 por cento e a despesa de investimento 14,5 por cento relativamente a 2020.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou em Janeiro que vai rever o programa de assistência financeira à Guiné Equatorial devido ao "profundo impacto da crise", que impediu qualquer desembolso em 2020 e adiou a primeira revisão do programa para este ano.

A Guiné Equatorial acordou um programa de resgate financeiro no final de 2019 para ajudar a equilibrar a economia depois de vários anos de recessão económica, mas recebeu apenas 40 milhões de dólares, menos de 33 milhões de euros, juntamente com a assinatura do acordo, em Dezembro desse ano.

A revista britânica The Economist publicou um artigo no qual ligava a falta de desembolsos em 2020 com a rejeição da adesão do país à Iniciativa para a Transparência na Indústria Extractiva, por falta de informação.

 

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