Economia

Há mais liberdade económica em Angola

A mais recente avaliação sobre a liberdade económica em Angola atribuiu 54,2 pontos, numa subida de 14 lugares, que coloca o país na posição 140 entre 180, segundo o Índice referente a 2020 da organização norte-americana “Heritage Foundation”.

15/03/2021  Última atualização 13H51
A melhoria do ambiente de negócios em Angola tem atraído o investimento estrangeiro © Fotografia por: Santos Pedro| Edições Novembro
No global, a pontuação geral do país aumentou 2,0 pontos em relação a classificação de 2019, principalmente por causa da melhoria na eficácia judicial.
Nesse quesito, explica a "Heritage Foundation”, Angola ocupa o 30º lugar entre 47 países da região da África Subsaariana, embora a pontuação geral esteja ainda abaixo das médias regionais e mundiais.

Conforme esclarece a organização, em 2020, Angola fez progressos enormes, o que reforçou a saída da fileira dos reprimidos de 2019. No entanto, o relatório admite que o crescimento económico estagnou, nos últimos cinco anos, e as perspectivas continuam fracas. Mas reconhece o empenho da governação em alterar, ainda em muito pouco tempo, uma imagem até então pouco atractiva.

Entre as barreiras apontadas à entrada tanto para trabalhadores informais quanto para investidores internacionais, constam regulamentações pesadas (burocrácias), restrições e instituições fracas.
Para alcançar maior liberdade económica, sugere, o Governo também precisa continuar a fortalecer o Estado de Direito.

O Ruanda, na posição 47 é o melhor dentre os africanos, seguido pelo Botswana (51).
Quanto aos lusófonos, Portugal na posição 52 é o melhor e Cabo Verde na posição 77 vem a seguir.
A "The Heritage Foundation” é um "think tank” conservador norte-americano com sede em Washington, DC. A missão da fundação é "formular e promover políticas públicas conservadoras de livre mercado, governo limitado, liberdade individual, valores tradicionais e uma forte ênfase na defesa nacional”.

A fundação assumiu o papel de liderança do movimento conservador durante a presidência de Ronald Reagan, cujas políticas vieram do estudo político intitulado "Mandate for Leadership”. Desde então, a "Heritage Foundation” continuou a ter uma influência significativa nas políticas públicas americanas e é considerada uma das mais influentes organizações conservadoras de pesquisa nos Estados Unidos.

Imagem capitalizada lá fora
Para o economista Alcides Gomes, é ponto assente que, desde finais de 2017, Angola tem conseguido dar passos significativos na capitalização da imagem sobretudo a nível externo.
Embora à primeira vista o que mais nos deve interessar, explica, é a resolução dos problemas prementes das populações, a melhoria da imagem do pais a nível externo reveste-se de grande importância, pois concorre para atracção de investimentos externo, tão necessário, mais do que nunca no contexto actual.

"Angola galgou em pouco tempo vários e significativos lugares no Índice de Liberdade Económica. Este índice é uma classificação que avalia o grau de liberdade económica de 186 países, incluindo o nosso. Foi criado em 1995 através de uma parceria entre The Wall Street Jornal e o Think tank Norte Americano, conhecido como Heritage Foundation”, disse.

Conforme detalhe, nos relatórios da Heritage, os países são avaliados em quatro categorias principais, sendo que cada uma delas contém três subcategorias:  a primeira é o Estado de Direito, o qual encerra os direitos de propriedade, integridade de governo e eficiência judicial. O segundo é o Tamanho do Governo, o qual agrega os gastos, a carga tributária e a saúde fiscal. Em terceiro plano vem a Eficiência Regulatória. Dentro desta temos as liberdades comercial, de trabalho e monetária. E por fim, os Mercados Abertos, o qual inclui as liberdades de comércio exterior, de investimento e financeira.

"Todas as categorias têm o mesmo peso no cálculo final do índice, que considera uma escala de 0 a 100. Com base nesse resultado, o Heritage divide os países em cinco categorias principais: livres (acima de 80 pontos), maioritariamente livres (de 70 a 79,9 pontos), moderadamente livres (de 60 a 69,9 pontos), maioritariamente não-livres (de 50 a 59,9 pontos) e reprimidos (menos de 49,9 pontos)”, afirma.

Angola, diz Alcides Gomes, figurava no grupo dos países do último escalão, ou seja, no grupo dos maioritariamente não livres. Contudo, como reconhecimento das reformas e sobretudo da luta contra a corrupção levada a cabo pelo Executivo, o país moveu-se para cima, superando 14 lugares.

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